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ELETROELETRÔNICOS
Polícia contém fila;promotora pede falência da empresa
Cliente briga para ter produto Sharp
DA REPORTAGEM LOCAL
A fase de má sorte da Sharp parece ainda não ter passado. Os
consumidores que já compraram
eletrônicos da marca, pelo consórcio do grupo, precisam enfrentar uma fila para retirá-los no escritório da empresa. Ontem, foi
preciso chamar a polícia para
conter a revolta dos clientes.
O grupo também estaria atrasando o pagamento de dívidas
trabalhistas com ex-empregados.
Na última semana, havia uma
fila de consumidores na porta da
unidade na Sharp, no Jardim Nadir, zona sul da capital. Na tarde
de ontem, 32 pessoas foram ao local retirar um cheque no valor do
produto comprado, ou o próprio
item não entregue pelo consórcio.
Houve confusão.
Por volta das 15h30, as pessoas
que aguardavam na fila ficaram
revoltadas com a demora no atendimento e invadiram o galpão da
unidade. A polícia foi chamada
para retirá-los do local e convencê-los a sair. A situação foi controlada.
Na última quinta e sexta-feiras,
80 pessoas foram à unidade, mas
nem todas conseguiram resolver
o problema, já que o atendimento
acontece das 8h00 às 16h00. A
companhia informa que "os
clientes têm prioridade e jamais
serão lesados".
Antonio Mourão, 55 anos, que
comprou uma TV de 29 polegadas da Sharp, veio de Alagoas resolver a questão e recebeu a televisão comprada há um mês. Caritas
Camargo, 44 anos, pagou 12 prestações de R$ 67,38 por uma TV de
14 e um aparelho de som. Deveria
receber os produtos em abril.
"Vim até aqui com a esperança de
acabar com a espera".
Para completar esse quadro, a
promotora de Justiça Adriana
Helena Valada pediu a falência da
companhia no final de julho. Só o
juiz se pronuncia sobre a questão.
Em documento anexado ao processo, a Sharp pediu cinco dias, a
partir do dia 27 de julho, para responder ao pedido.
Adriana diz que "as demonstrações financeiras e os balanços são
imprestáveis para avaliação" e
que "não está clara a situação patrimonial" da Sharp.
Em recente acordo entre a Força
Sindical e a Sharp, ficou acertado
que a companhia pagaria os salários atrasados e o depósito do
FGTS em oito parcelas. Mas os
trabalhadores dizem estar tendo
dificuldades para receber o valor.
"Em caso de atraso, eles pagariam uma multa. Mas só recebi
parte da multa", diz Carlos Antônio dos Santos, 37, que se desligou
da companhia há dois meses.
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