São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


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ELETROELETRÔNICOS
Polícia contém fila;promotora pede falência da empresa
Cliente briga para ter produto Sharp

DA REPORTAGEM LOCAL

A fase de má sorte da Sharp parece ainda não ter passado. Os consumidores que já compraram eletrônicos da marca, pelo consórcio do grupo, precisam enfrentar uma fila para retirá-los no escritório da empresa. Ontem, foi preciso chamar a polícia para conter a revolta dos clientes.
O grupo também estaria atrasando o pagamento de dívidas trabalhistas com ex-empregados.
Na última semana, havia uma fila de consumidores na porta da unidade na Sharp, no Jardim Nadir, zona sul da capital. Na tarde de ontem, 32 pessoas foram ao local retirar um cheque no valor do produto comprado, ou o próprio item não entregue pelo consórcio. Houve confusão.
Por volta das 15h30, as pessoas que aguardavam na fila ficaram revoltadas com a demora no atendimento e invadiram o galpão da unidade. A polícia foi chamada para retirá-los do local e convencê-los a sair. A situação foi controlada.
Na última quinta e sexta-feiras, 80 pessoas foram à unidade, mas nem todas conseguiram resolver o problema, já que o atendimento acontece das 8h00 às 16h00. A companhia informa que "os clientes têm prioridade e jamais serão lesados".
Antonio Mourão, 55 anos, que comprou uma TV de 29 polegadas da Sharp, veio de Alagoas resolver a questão e recebeu a televisão comprada há um mês. Caritas Camargo, 44 anos, pagou 12 prestações de R$ 67,38 por uma TV de 14 e um aparelho de som. Deveria receber os produtos em abril. "Vim até aqui com a esperança de acabar com a espera".
Para completar esse quadro, a promotora de Justiça Adriana Helena Valada pediu a falência da companhia no final de julho. Só o juiz se pronuncia sobre a questão. Em documento anexado ao processo, a Sharp pediu cinco dias, a partir do dia 27 de julho, para responder ao pedido.
Adriana diz que "as demonstrações financeiras e os balanços são imprestáveis para avaliação" e que "não está clara a situação patrimonial" da Sharp.
Em recente acordo entre a Força Sindical e a Sharp, ficou acertado que a companhia pagaria os salários atrasados e o depósito do FGTS em oito parcelas. Mas os trabalhadores dizem estar tendo dificuldades para receber o valor.
"Em caso de atraso, eles pagariam uma multa. Mas só recebi parte da multa", diz Carlos Antônio dos Santos, 37, que se desligou da companhia há dois meses.



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