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DIA DE ESPERA
Risco-país também desabou abaixo dos 2.000 pontos; mercado já sabia que acordo com FMI era iminente
Dólar cai a R$ 3,015 no aguardo do socorro
ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais um dia de espera para
o anúncio do novo acordo entre o
Brasil e o FMI, o mercado financeiro teve um dia positivo ontem.
O dólar operou em baixa durante todo o pregão e fechou na cotação mínima do dia, em queda de
3,05%, a R$ 3,015. O risco-país
caiu 9,6% e fechou a 1.922 pontos
-ficou abaixo dos 2.000 pontos
após sete dias acima deste nível.
A melhora da avaliação externa
do Brasil se deveu à certeza de um
novo acordo com o Fundo e ao
bom desempenho dos C-Bonds.
Os papéis se valorizaram em
7,24% e, segundo analistas, o Banco Central brasileiro voltou a recomprar os títulos ontem.
Como se trata dos principais títulos da dívida externa brasileira,
elevar sua cotação é uma forma de
o governo fazer uma espécie de
propaganda do país, explica um
operador.
Há dias, o foco do mercado estava voltado para a negociação
entre o Brasil e o Fundo.
Aos investidores, interessava
saber qual seria o novo poder de
atuação do BC no mercado cambial para conter as oscilações do
dólar. A especulação com o real
brasileiro começou há cerca de
dois meses e se deve a dois motivos. Um deles, a incerteza política
doméstica, em razão das eleições.
O outro, a aversão ao risco dos investidores internacionais, devido
a escândalos financeiros envolvendo empresas dos EUA. O fato
fez com que as companhias nacionais ficassem com crédito zero,
o que aumentou a pressão para a
compra de dólares, já que elas não
conseguiam rolar dívidas e tiveram de quitá-las.
A expectativa era que o acerto
com o FMI reduzisse o piso das
reservas internacionais em US$ 5
bilhões. De acordo com o anúncio, feito no início da noite de ontem, com o mercado fechado, a
redução foi de US$ 10 bilhões. A
notícia deverá ser comemorada
pelo mercado hoje e impulsionar
nova queda do dólar.
Guilherme da Nóbrega, do banco Fibra, avalia que, mais do que a
liberação de recursos, o acordo
fornece um apoio para o momento de transição que o país vive.
O BC vendeu dólares ao mercado, como parte de sua ração diária. A expectativa para o acordo
era tanta que boatos sobre a pesquisa Ibope que será divulgada
hoje tiveram pouco impacto nas
negociações. Ela deverá trazer,
novamente, queda de José Serra
(PSDB) e crescimento de Ciro Gomes (PPS) na preferência dos eleitores. Analistas avaliam que o dólar deverá ceder, mas no máximo
até a casa dos R$ 2,80. Mas o acordo deverá diminuir as fortes oscilações do dólar dos últimos dias.
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