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NO GARGALO
Para industriais, falta de investimentos do governo federal em infra-estrutura compromete crescimento
Sul vive ameaça de "apagão logístico", dizem empresários
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A região Sul do país está à beira
de um "apagão logístico" que poderá comprometer a retomada do
crescimento, com um colapso nas
exportações. A falta crônica de investimentos, pelo governo federal, em infra-estrutura já dificulta
as exportações, quadro que poderá se agravar a partir do próximo
ano. O alerta é de empresários dos
três Estados sulistas.
De acordo com números do Fórum Industrial-Parlamentar Sul,
que reúne empresários e parlamentares de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, a União
precisa investir, a curto e médio
prazos, R$ 7,5 bilhões para melhorar a infra-estrutura da região,
sob pena de um colapso na produção agroindustrial.
Nos últimos cinco anos, o Sul do
país contribuiu com US$ 29,3 bilhões para o superávit comercial
brasileiro, mas recebeu investimentos em infra-estrutura inferiores aos de outras regiões.
"Se crescermos de uma maneira
civilizada, sem bolhas, já teremos
sérios problemas no próximo
ano. Aliás, problemas que hoje já
são visíveis, com exportadores
não conseguindo cumprir contratos dada a falta de estrutura logística", afirma Francisco Renan
Oronez Proença, presidente da
Fiergs (Federação das Indústrias
do Estado do Rio Grande do Sul).
As reivindicações dos sulistas,
no entanto, não estão contempladas no PPA (Plano Plurianual) do
governo federal de 2004 a 2007.
Nas projeções de investimentos
do PPA, o Sul aparece contemplado com R$ 1,72 bilhão, contra, por
exemplo, R$ 4,4 bilhões para o
Nordeste.
"Precisamos de uma atuação
em bloco dos 90 parlamentares
do Sul para sensibilizar o governo
federal. Não há como crescer a
produção, pois houve uma depauperação geral da logística e o
risco de apagão logístico é eminente", reclama Arthur Carlos Peralta Neto, vice-presidente e superintendente corporativo da Fiep
(Federação das Indústrias do Estado do Paraná).
Segundo Alcântaro Corrêa, vice-presidente da Fiesc (Federação
das Indústrias do Estado de Santa
Catarina), as empresas da região
estão, "em razão da falta de estrutura", pagando para manter as exportações.
Nos três Estados, cresce o número de empresários que, receosos de não conseguir cumprir
prazos de entrega, deixam de fechar contratos de exportação. Na
média, a falta de infra-estrutura
tem atrasado o embarque em até
45 dias.
Muitas empresas absorvem prejuízos, como a Embraco (Empresa Brasileira de Compressores),
com rotas alternativas de exportação para manter seus clientes. Outras desistem de exportar.
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