São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Fraudes aumentam na crise, diz consultoria

A impressão de que, nos países em desenvolvimento como o Brasil, fraudes e episódios de corrupção corporativa são mais comuns confere com o que se observa na realidade, segundo a empresa de consultoria e auditoria PricewaterhouseCoopers.
"Esse é o grande desafio de fazer negócios nos emergentes", afirma Mona Clayton, sócia da empresa, que acabou de desembarcar no país vinda dos EUA para reforçar a equipe de investigação contábil.
Nos momentos de desaceleração econômica, é preciso aumentar os controles e as estratégias de prevenção, pois as crises costumam impulsionar as práticas ilícitas, alerta a Price.
Diante da dificuldade que as companhias enfrentam para apresentar resultados que satisfaçam os acionistas, "mais funcionários sentem uma pressão para passarem dos limites ou fecharem os olhos quando seus colegas o fazem", diz a consultoria em relatório distribuído aos clientes.
Multinacionais americanas ou europeias que atuam no Brasil já são obrigadas a seguir as rígidas legislações do seu país de origem e cada vez mais também exigem que fornecedores de insumos ou serviços obedeçam essas regras -o que acaba afetando as brasileiras com quem elas se relacionam.
Algumas companhias, antes de fechar contratos, até fazem "due dilligences" para se certificar de que os parceiros não cometem nenhum tipo de irregularidade. "Na verdade, a corrupção e as fraudes custam muito ao acionista. É mais barato prevenir as fraudes", destaca Clayton.
Para ter sucesso nessa empreitada, não é suficiente o empenho da alta administração da empresa. "Todos os níveis hierárquicos devem ser envolvidos no processo. Pode-se começar com uma discussão franca das práticas que não são toleradas", afirma Flávia Ribas, especialista em combate a fraudes da consultoria.
A abertura de linhas de comunicação destinadas a receber denúncias internas de comportamentos inadequados ajuda bastante a detectar prematuramente os problemas.

PÉ NA ESTRADA
A operadora de turismo New Line registrou uma redução de 50% nas excursões de adolescentes desacompanhados à Disney entre julho do ano passado e julho deste ano. Contribuíram para a queda a crise global e, mais recentemente, a gripe suína. "O grande volume de venda desses pacotes seria em novembro e dezembro, quando estourou a crise. E neste semestre veio a gripe", afirma Paulo Finger, presidente da empresa. Argentina e Chile também registraram baixa na demanda. Além desses, nenhum outro destino sofreu com os abalos. "Os problemas afetaram destinos muito específicos", diz. A empresa, que acaba de abrir filial em São Paulo, cresceu 30% em 2007, 40% em 2008 e, para 2009, espera 10%. "2009 está uma incógnita. Se fecharmos com 10%, está ótimo", afirma Finger.

TORPEDO
A VoxAge, que oferece tecnologia para atendimento ao consumidor, comprou a Memo, distribuidora de conteúdo para celulares. Segundo Alexandre Constantine, presidente da VoxAge, a aquisição visa aumentar o portfólio de serviços da empresa, que passa a oferecer soluções para os clientes prestarem atendimento ao público via mensagens SMS. "Esse serviço pode ampliar em 20% nosso faturamento." Em 2008, a VoxAge faturou R$ 7 milhões.

CONSOLIDAÇÃO
A Performa Partners, de Joel Korn, vendeu a empresa pernambucana de plano de saúde MMS para o grupo OPS (Santa Clara). Com a compra, a Santa Clara passa a contar com cerca de 120 mil planos de saúde. O valor do negócio não foi divulgado.

ÀS COMPRAS
A Abras (associação de supermercados) prepara para setembro seu maior evento, em SP. São esperados executivos de mais de 700 redes.

NO BRASIL
O IMD (International Institute for Management Development) confirmou a realização em agosto de seus primeiros eventos no Brasil. A instituição suíça, eleita pela segunda vez a melhor escola de negócios da Europa pelo "Financial Times", tem três eventos programados em SP com a presença dos principais professores da escola, inclusive a de seu presidente, John Wells.

VIZINHANÇA
A CVC Turismo e a entidade de promoção turística Proexport Colombia começaram a capacitar, em parceria, mais de 700 agentes de viagens para divulgar os destinos colombianos. A meta é embarcar cerca de 2.500 passageiros para a Colômbia até o fim do ano. Em 2008, cerca de 47 mil brasileiros visitaram o país. O objetivo em 2009 é aumentar o fluxo em pelo menos 10%.

EM QUEDA
As viagens corporativas para Argentina e Chile despencaram nos últimos três meses. As vendas da agência Tour House para Buenos Aires e Santiago caíram 56% e 75%, respectivamente.

NA TAÇA
A Grand Cru Bela Cintra promove, no dia 12, degustação de vinhos espanhóis comandada pelo sommelier da importadora, Fabiano Aurélio. Serão degustados cinco rótulos da safra 2005.

APRENDIZ
O número de aprendizes contratados caiu de 148.582, em maio, para 147.289, em junho, segundo a ONG Atletas pela Cidadania, que monitora o cumprimento da Lei do Aprendiz, por meio de dados do Ministério do Trabalho.

DATA CENTER
A sul-africana Dimension Data, de TI, fechou, com a Ativas, seu primeiro projeto de data center no Brasil. O contrato é de US$ 2 milhões.

AO TRABALHO
A procura por executivos deu sinais de retomada no segundo trimestre. Segundo estudo da DBM, consultoria de gestão do capital humano, a demanda por profissionais para atuação em chefia intermediária, gerência, diretoria, presidência e conselho subiu 65% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano. No acumulado do primeiro semestre, porém, os números mostram queda de 5% ante o mesmo período de 2008.


com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e DENYSE GODOY


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