|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Fraudes aumentam na crise, diz consultoria
A impressão de que, nos países em desenvolvimento como
o Brasil, fraudes e episódios de
corrupção corporativa são mais
comuns confere com o que se
observa na realidade, segundo a
empresa de consultoria e auditoria PricewaterhouseCoopers.
"Esse é o grande desafio de
fazer negócios nos emergentes", afirma Mona Clayton, sócia da empresa, que acabou de
desembarcar no país vinda dos
EUA para reforçar a equipe de
investigação contábil.
Nos momentos de desaceleração econômica, é preciso aumentar os controles e as estratégias de prevenção, pois as crises costumam impulsionar as
práticas ilícitas, alerta a Price.
Diante da dificuldade que as
companhias enfrentam para
apresentar resultados que satisfaçam os acionistas, "mais
funcionários sentem uma pressão para passarem dos limites
ou fecharem os olhos quando
seus colegas o fazem", diz a
consultoria em relatório distribuído aos clientes.
Multinacionais americanas
ou europeias que atuam no
Brasil já são obrigadas a seguir
as rígidas legislações do seu
país de origem e cada vez mais
também exigem que fornecedores de insumos ou serviços
obedeçam essas regras -o que
acaba afetando as brasileiras
com quem elas se relacionam.
Algumas companhias, antes
de fechar contratos, até fazem
"due dilligences" para se certificar de que os parceiros não
cometem nenhum tipo de irregularidade. "Na verdade, a corrupção e as fraudes custam
muito ao acionista. É mais barato prevenir as fraudes", destaca Clayton.
Para ter sucesso nessa empreitada, não é suficiente o empenho da alta administração da
empresa. "Todos os níveis hierárquicos devem ser envolvidos no processo. Pode-se começar com uma discussão
franca das práticas que não são
toleradas", afirma Flávia Ribas,
especialista em combate a fraudes da consultoria.
A abertura de linhas de comunicação destinadas a receber denúncias internas de comportamentos inadequados ajuda bastante a detectar prematuramente os problemas.
PÉ NA ESTRADA
A operadora de turismo New Line registrou uma redução
de 50% nas excursões de adolescentes desacompanhados à
Disney entre julho do ano passado e julho deste ano. Contribuíram para a queda a crise global e, mais recentemente, a
gripe suína. "O grande volume de venda desses pacotes seria
em novembro e dezembro, quando estourou a crise. E neste
semestre veio a gripe", afirma Paulo Finger, presidente da
empresa. Argentina e Chile também registraram baixa na
demanda. Além desses, nenhum outro destino sofreu com os
abalos. "Os problemas afetaram destinos muito específicos",
diz. A empresa, que acaba de abrir filial em São Paulo, cresceu 30% em 2007, 40% em 2008 e, para 2009, espera 10%.
"2009 está uma incógnita. Se fecharmos com 10%, está ótimo", afirma Finger.
TORPEDO
A VoxAge, que oferece tecnologia para atendimento ao
consumidor, comprou a Memo, distribuidora de conteúdo
para celulares. Segundo Alexandre Constantine, presidente da VoxAge, a aquisição visa aumentar o portfólio de
serviços da empresa, que passa a oferecer soluções para
os clientes prestarem atendimento ao público via mensagens SMS. "Esse serviço pode ampliar em 20% nosso faturamento." Em 2008, a VoxAge faturou R$ 7 milhões.
CONSOLIDAÇÃO
A Performa Partners, de
Joel Korn, vendeu a empresa
pernambucana de plano de
saúde MMS para o grupo
OPS (Santa Clara). Com a
compra, a Santa Clara passa
a contar com cerca de 120
mil planos de saúde. O valor
do negócio não foi divulgado.
ÀS COMPRAS
A Abras (associação de supermercados) prepara para
setembro seu maior evento,
em SP. São esperados executivos de mais de 700 redes.
NO BRASIL
O IMD (International Institute for Management Development) confirmou a realização em agosto de seus
primeiros eventos no Brasil.
A instituição suíça, eleita pela segunda vez a melhor escola de negócios da Europa
pelo "Financial Times", tem
três eventos programados
em SP com a presença dos
principais professores da escola, inclusive a de seu presidente, John Wells.
VIZINHANÇA
A CVC Turismo e a entidade de promoção turística
Proexport Colombia começaram a capacitar, em parceria, mais de 700 agentes de
viagens para divulgar os destinos colombianos. A meta é
embarcar cerca de 2.500
passageiros para a Colômbia
até o fim do ano. Em 2008,
cerca de 47 mil brasileiros visitaram o país. O objetivo em
2009 é aumentar o fluxo em
pelo menos 10%.
EM QUEDA
As viagens corporativas
para Argentina e Chile despencaram nos últimos três
meses. As vendas da agência
Tour House para Buenos Aires e Santiago caíram 56% e
75%, respectivamente.
NA TAÇA
A Grand Cru Bela Cintra
promove, no dia 12, degustação de vinhos espanhóis comandada pelo sommelier da
importadora, Fabiano Aurélio. Serão degustados cinco
rótulos da safra 2005.
APRENDIZ
O número de aprendizes
contratados caiu de 148.582,
em maio, para 147.289, em junho, segundo a ONG Atletas
pela Cidadania, que monitora
o cumprimento da Lei do
Aprendiz, por meio de dados
do Ministério do Trabalho.
DATA CENTER
A sul-africana Dimension
Data, de TI, fechou, com a
Ativas, seu primeiro projeto
de data center no Brasil. O
contrato é de US$ 2 milhões.
AO TRABALHO
A procura por executivos
deu sinais de retomada no
segundo trimestre. Segundo
estudo da DBM, consultoria
de gestão do capital humano,
a demanda por profissionais
para atuação em chefia intermediária, gerência, diretoria, presidência e conselho
subiu 65% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano. No acumulado do primeiro semestre, porém, os números mostram queda de 5% ante o
mesmo período de 2008.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e DENYSE GODOY
Próximo Texto: Empresas veem novo monopólio no pré-sal Índice
|