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MERCADO TENSO
Temor em relação aos mercados emergentes e aumento do endividamento externo influenciam queda
Bolsa e títulos da Rússia sofrem perdas
das agências internacionais
A turbulência nos mercados
asiáticos afetou ontem também a
Rússia. Com os investidores assustados com os países emergentes e a necessidade russa de se endividar mais, a Bolsa e os títulos
russos tiveram perdas.
O índice RTS da Bolsa de Moscou, que reúne as ações mais negociadas, caiu 4,4% para 131,44
pontos, seu nível mais baixo em 26
meses. O volume de negócios foi
de US$ 17 milhões, baixo se comparado com os US$ 80 milhões em
média no início do ano.
Os juros dos títulos europeus
com vencimento em 2001 tiveram
aumento de 1,92 ponto percentual, para 19,63%. As quedas também tiveram influência do anúncio da Rússia de que pode aumentar seu endividamento externo.
Anteontem, o país anunciou um
aumento do teto dos bônus em
moeda estrangeira a emitir até o
fim do ano, de US$ 2 bilhões para
US$ 3 bilhões.
Segundo o vice-ministro das Finanças, Mikhail Kasianov, esses
valores são um guia e não serão
necessariamente postos em prática. "Esse não é um programa, é
um teto, que dá ao Ministério das
Finanças o direito de se endividar
até esse valor", disse.
Ele afirmou que o ministério não
tem a intenção de ultrapassar o limite anterior e não deve emitir
novos títulos externos antes do
fim de outubro.
O país está tendo dificuldade para vender seus títulos, apesar dos
juros que chegam a 90% no caso
dos títulos em rublo, moeda local,
já que os investidores estão afastando-se, com medo de uma queda maior na economia russa.
A ajuda de US$ 1,5 bilhão aprovada pelo Banco Mundial, incluindo US$ 300 milhões a ser entregues imediatamente, não é suficiente para que a Rússia pague a
dívida que vence nos próximos
dias. A dívida de curto prazo é um
dos maiores problemas financeiros do país.
"Com a incerteza global, uma
possível desvalorização na China e
o Japão no caminho da recessão,
os investidores não querem riscos
e a Rússia oferece um alto risco",
afirmou Julian Mayo, chefe de finanças empresariais da Regent Pacific de Londres.
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