São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998

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BANCOS

Fundador do Pactual deixa controle para evitar racha

VANESSA ADACHI
da Reportagem Local

O banqueiro Luiz César Fernandes vai abrir mão do controle acionário do seu banco, o carioca Pactual, para evitar um racha com os demais sócios.
A instituição está preparando uma reestruturação societária que será submetida à aprovação do Banco Central na próxima semana. O Pactual é um banco de investimentos, que não tem agências ou conta corrente.
Pela proposta, Fernandes, que hoje tem 51% das ações ordinárias (com direito a voto) do Pactual, ficará com 14,29% apenas. O restante será dividido entre outros seis sócios principais. Assim, cada um dos sete sócios principais, que integram o comitê executivo, terá 14,29% do capital votante.
Fernandes receberá em troca ações sem direito a voto (preferenciais) para que sua participação no capital total do banco se mantenha nos 20% de hoje.
Segundo pessoas ligadas à instituição, a reestruturação societária já é uma discussão que dura dois anos. Havia certo descontentamento de alguns sócios porque, embora o Pactual siga o modelo de "partnership", em que cada sócio vale um voto dentro do comitê, havia uma distorção do conceito pelo fato de Fernandes deter sozinho a maioria do capital.
Descontentes com estratégias defendidas por Fernandes, principalmente a do ingresso no varejo bancário, dois sócios principais, Paulo Guedes e André Jacurski, iniciaram há dois meses e concretizaram recentemente o seu desligamento do banco.
De certo modo, esse episódio acabou pesando a favor da reestruturação pleiteada por alguns sócios mais jovens.
"O Paulo e o André começaram a tentar sensibilizar alguns sócios para que deixassem o banco. Para evitar a saída, achei melhor fazer a reestruturação", diz Fernandes.
Alguns funcionários chegaram a deixar o Pactual para se juntar a Guedes e Jacurski.
Os sócios que passarão a dividir o controle com Fernandes são: André Esteves, Eduardo Plass, Gilberto Sayão, Luiz Cláudio Garcia, Marcelo Serfaty e Paulo Bilig.



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