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TRANSE GLOBAL
Dow Jones cai ao menor nível em cinco anos; em Tóquio, índice Nikkei tem patamar mais baixo desde 83
Medo de guerra derruba Bolsas pelo mundo
DA REDAÇÃO
Depois de seis semanas consecutivas de queda, as Bolsas norte-americanas voltaram a cair ontem, batendo novos recordes negativos. O índice Dow Jones da
Bolsa de Nova York recuou ao
pior nível em cinco anos.
Os fatores continuam a ser os
mesmos, uma mistura de preocupações em relação à retomada do
crescimento econômico, temor
de guerra contra o Iraque e fraco
desempenho das empresas. Havia
muita expectativa também em relação ao pronunciamento que o
presidente norte-americano,
George W. Bush, faria ontem à
noite.
"Existe uma abundância de motivos para nos preocupar -alertas de lucros menores, números
econômicos fracos, Bolsas internacionais ruins e, não menos, a
pendência de um confronto com
o Iraque", afirmou A.C. Moore,
diretora de estratégia de investimentos na corretora Dunvegan
Associates.
Maus resultados
Até agora, segundo a consultoria Thomson First Call, 576 companhias informaram resultados
ruins para o terceiro trimestre. Há
três meses, eram 444 as empresas
que divulgaram números fracos
para o segundo trimestre.
O Dow Jones, com queda de
1,4%, recuou para 7.422 pontos,
seu menor fechamento desde
meados de 1997. A Nasdaq, Bolsa
de empresas tecnológicas, despencou para o seu menor nível
desde agosto de 1996, ao cair 1,8%.
O índice Stantard & Poor's com
as 500 maiores empresas dos EUA
perdeu 1,91% e teve seu menor
patamar desde 97. O índice perdeu quase metade de seu valor ante o pico deste ano.
"Há uma série de preocupações
em relação à economia e ao discurso de Bush à noite", comentou
Anthony Iuliano, diretor da corretora Glenmede. "Os investidores vão esperar até que ele fale."
Bush falaria às 20h de ontem
(horário de Washington). O tema
do discurso era a possibilidade de
declaração de um ataque militar
ao Iraque.
Europa
O ritmo de espera norte-americano também afetou os negócios
na Europa. As principais ações do
continente caíram aos níveis mais
mais baixos em cinco anos e
meio, sob a expectativa de uma
guerra no Oriente Médio.
O índice FTSE Eurotop das 300
principais empresas do continente caiu 1,88% e foi ao seu menor
fechamento desde abril de 1997.
A Bolsa de Frankfurt caiu
1,74%. As ações do Commerzabank, terceiro maior banco da
Alemanha, puxaram as perdas, ao
cair 6% e atingir o menor nível em
mais de 20 anos. A instituição financeira, de acordo com analistas, estaria passando por problemas de liquidez.
Ásia
As maiores quedas do dia ocorreram na Ásia. A Bolsa de Tóquio
recuou 3,76% e atingiu o nível
mais baixo em pontos em 19 anos.
O índice Nikkei, que chegou a ficar perto dos 40 mil pontos na década passada, fechou em 8.668
pontos, o patamar mais baixo
desde 16 de junho de 1983.
"Para os analistas do mercado,
as políticas do governo não serão
suficientes para conter a queda
das ações", afirmou Koji Takeuchi, economista sênior da consultoria Mizuho Research. "O governo precisa fazer algo para surpreender os investidores estrangeiros."
Japão enfrenta uma estagnação
econômica de mais de dez anos. A
recessão global freou ainda mais a
atividade no país, mas, neste ano,
a economia vinha dando sinais de
vida, graças ao aumento das exportações para os EUA.
O governo estuda algumas medidas para reativar a economia,
como a concessão de isenções fiscais. Está em discussão também a
estatização de bancos problemáticos, com muitos créditos podres.
Com agências internacionais
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