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São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2003

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FIM DO SUFOCO?

Alta em agosto é a 2ª consecutiva e só perde para a de fevereiro

CNI aponta venda maior na indústria

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As vendas industriais subiram 3,77% em agosto em termos reais, o melhor resultado no ano desde fevereiro, conforme a pesquisa divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Na comparação com o mesmo período de 2002, no entanto, as vendas tiveram uma queda de 2,88%. Quando se compara o desempenho mensal com igual período de 2002, agosto teve o quinto resultado negativo neste ano. As vendas acumuladas no ano registram queda de 0,38%.
Segundo Flávio Castelo Branco, coordenador da pesquisa Indicadores Industriais, o resultado positivo das vendas é reflexo da melhora nas condições de financiamento, da queda da taxa de juros e da redução dos depósitos compulsórios (recursos que os bancos devem manter no BC).
O comportamento das vendas, entretanto, não foi seguido pela produção em agosto. Os dados dessazonalizados (que descontam os efeitos típicos do mês) mostram estabilidade no pessoal empregado na indústria e uma pequena queda (-0,04%) nas horas trabalhadas, quando comparados com julho.
O nível de utilização da capacidade instalada apresentou retração de 0,2 ponto percentual de julho para agosto, o índice mais baixo observado desde setembro de 1999. Na comparação com agosto de 2002, essa queda se mostra significativa, com redução de 2,4 pontos percentuais, a maior verificada em 2003 para o indicador.
A única variável a apresentar expansão, além das vendas, foi o total de salários líquidos, com crescimento de 0,72% nos dados com ajuste sazonal em agosto, o que reflete o benefício da queda da inflação sobre os salários, segundo a CNI. Apesar disso, o índice segue abaixo do observado no mesmo período de 2002.

Otimismo do BC
Ontem, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que já há sinais de que a economia está se recuperando e citou o controle da inflação como um dos fatores responsáveis por essa retomada. "Uma das razões para o reaquecimento da economia é a queda da inflação", afirmou.
Segundo Meirelles, o controle da inflação cria um clima de estabilidade na economia que favorece a retomada do crescimento.
Para o presidente do BC, em 2004 haverá "crescimento de 3%, ou até mais". No Orçamento Geral da União, a previsão é crescimento de 3,5% em 2003.


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