São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2004

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Queda na renda segura repasses, dizem analistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria não deve aumentar preços de forma generalizada neste final de ano, na avaliação de economistas. Para eles, os reajustes que ocorrem em alguns setores são pontuais e não devem ter impacto na inflação.
O que impede um aumento generalizado de preços é o fato de a renda real do trabalhador ainda ser menor do que a de 1996. "A massa real de salários está se recuperando numa velocidade modesta. Não há espaço para as empresas aumentarem preços", afirma Fabio Silveira, sócio-diretor da MS Consult.
Setores que dominam mercados e que registram aumento na demanda interna e externa têm mais chances de elevar preços neste momento. "Empresas que participam de mercados bem concorridos não terão sucesso em aumentar suas tabelas de preços", afirma.
É o o caso do setor da construção civil. "Como o setor pode reajustar preços sem haver recuperação de renda? O que ocorre nesse momento é redução de margens de lucro. As obras em andamento são terminadas, os custos absorvidos. Mas não há novos lançamentos", diz Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.
Para Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese, além da renda, há outras restrições que impedem o repasse generalizado de preços. "Apesar da melhora no crédito, os juros ainda são altos para estimular o consumo. Isso segura os preços."
Economistas dizem que a inflação não preocupa no curto prazo, pois ao mesmo tempo em que os preços de alguns produtos sobem -como os dos carros-, os dos produtos agrícolas estão em queda. (FF e CR)

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