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Queda na renda
segura repasses,
dizem analistas
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria não deve aumentar preços de forma generalizada neste final de ano,
na avaliação de economistas.
Para eles, os reajustes que
ocorrem em alguns setores
são pontuais e não devem ter
impacto na inflação.
O que impede um aumento generalizado de preços é o
fato de a renda real do trabalhador ainda ser menor do
que a de 1996. "A massa real
de salários está se recuperando numa velocidade modesta. Não há espaço para as
empresas aumentarem preços", afirma Fabio Silveira,
sócio-diretor da MS Consult.
Setores que dominam
mercados e que registram
aumento na demanda interna e externa têm mais chances de elevar preços neste
momento. "Empresas que
participam de mercados
bem concorridos não terão
sucesso em aumentar suas
tabelas de preços", afirma.
É o o caso do setor da construção civil. "Como o setor
pode reajustar preços sem
haver recuperação de renda?
O que ocorre nesse momento é redução de margens de
lucro. As obras em andamento são terminadas, os
custos absorvidos. Mas não
há novos lançamentos", diz
Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.
Para Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese, além da renda, há outras
restrições que impedem o
repasse generalizado de preços. "Apesar da melhora no
crédito, os juros ainda são altos para estimular o consumo. Isso segura os preços."
Economistas dizem que a
inflação não preocupa no
curto prazo, pois ao mesmo
tempo em que os preços de
alguns produtos sobem
-como os dos carros-, os
dos produtos agrícolas estão
em queda.
(FF e CR)
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