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Valor do barril
bate recorde e
assusta Bolsa
DA REDAÇÃO
A tensão na Nigéria e os efeitos
do furacão Ivan no golfo do México, que ocupam o noticiário há semanas, continuam a produzir estragos nos contratos futuros do
petróleo, em um movimento de
alta que já começa a incomodar
até operadores acostumados à volatilidade dos mercados.
O barril atingiu pela primeira
vez, durante o dia, o patamar de
US$ 53 na Bolsa Mercantil de Nova York e encerrou com alta de
1,25%, negociado a US$ 52,67,
maior valor da história.
Em Londres, o barril do Brent
ganhou 1,9%, negociado a US$
48,90, também novo recorde.
Mas para Howard Hopkins, 50,
operador do ABN-Amro, o novo
recorde do petróleo não tinha
muita importância, era só uma
oportunidade de negociar.
Ele opera contratos futuros de
petróleo desde que foram introduzidos em Nova York, em 1983,
e negocia em média 4.000 contratos ao dia, o que equivale a 4 milhões de barris de petróleo.
Consumidores, os candidatos à
Presidência dos EUA e os mercados de ações e títulos talvez estejam preocupados com a subida
dos preços do petróleo para alturas até então inéditas. Mas os operadores de petróleo estão mais
preocupados com aquilo que definem como volatilidade, que é
uma medida do movimento do
mercado, não importa que os preços caiam ou subam.
Normalmente, operadores gostam de volatilidade, porque lhes
propicia a chance de ganhar dinheiro. Mas a corrida do petróleo
para a casa dos US$ 50 se tornou
agitada demais, até mesmo para
os mais experientes dos operadores, e muitos decidiram segurar o
ritmo por algum tempo.
Isso se deve ao apreço dos operadores pelo que definem como
profundidade, ou liqüidez. Quando o volume de operações é adequado, comparado à volatilidade
do mercado, os movimentos de
preços se suavizam, quer estejam
em alta ou em baixa.
Sem um volume adequado, pode haver altas súbitas e consideráveis de preços de uma operação
para a próxima. Esse tipo de disparidade de preço pode transformar lucros em prejuízos num piscar de olhos. Ainda que boa parte
do dinheiro novo vindo dos fundos de hedge e de pensões esteja
empurrando o petróleo a uma alta, isso não basta para acompanhar o ritmo de volatilidade cada
vez mais pronunciada.
"Você tem agora muita volatilidade sem a profundidade com a
qual estávamos acostumados, e
isso tem feito as pessoas recuarem
de suas posições", disse Hopkins.
Desde 1º de julho, quando um
barril custava US$ 38,74, a faixa
diária de flutuação de preços subiu a pouco menos de US$ 1,16,
ante US$ 1,04 nos três meses encerrados em junho e US$ 0,79 no
semestre final de 2003.
"Acredito que ou o operador
encontra uma maneira de lidar
com a volatilidade ou sai do pregão carregado em maca", disse
Jay Bernstein, presidente da
Northville Industries Corporation, uma "trading" de petróleo
americana. "Nós formamos e desfazemos posições muito mais rapidamente do que costumávamos, devido à volatilidade."
Com o "New York Times"
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