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Procura maior já reduz opções de férias
Cruzeiros, Europa e alguns destinos do Nordeste têm oferta menor, devido ao aquecimento do mercado e à crise da Varig
Consultas e reservas para o
final do ano estão maiores
do que em anos anteriores;
há companhias com maior
disponibilidade de vagas
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Quem deixar para reservar
sua viagem de verão ou final de
ano na última hora pode ficar
sem ir para onde quer. Principalmente em cruzeiros e para o
exterior -especialmente para a
Europa.
O aquecimento do mercado
de turismo e a queda na oferta
de vôos para fora do Brasil devido à crise da Varig aceleraram a
ocupação dos assentos disponíveis. Em maio, por exemplo, reservas de pacotes para a Europa só entravam fora da lista de
espera a partir de setembro, segundo as operadoras. Agora, dizem agências, há dificuldades
para alguns destinos.
A TAM informa, por sua assessoria de imprensa, que nenhum vôo nacional está lotado
para o final do ano, mas que há
"baixa disponibilidade de assentos" nos vôos para Natal e
Maceió nas proximidades de 25
de dezembro e nas partidas para Natal, Maceió e Porto Seguro
mais próximas do Réveillon.
Vice-presidente nacional da
Abav (Associação Brasileira das
Agências de Viagem), Carlos
Alberto Ferreira diz que os turistas estão fazendo suas reservas com maior antecedência e
que há dificuldade para conseguir lugares para a Europa para
o Natal e o Réveillon.
Na operadora Visual, Europa
é o principal problema para
confirmação. "Estamos com dificuldade de conseguir espaço
nos aviões para a Europa, principalmente na tarifa de operadora", disse Afonso Gomes
Louro, executivo da empresa.
Por conta disso, Louro disse
que a Visual aumentou a oferta
de pacotes nacionais em 35%
para a temporada que se inicia,
apostando que os turistas optem por viagens domésticas devido à maior dificuldade em
sair do país. Segundo ele, houve
neste ano uma maior procura
antecipada. "Tradicionalmente, as reservas para o final do
ano começam a esquentar lá
para o dia 15 de outubro. Neste
ano, o movimento começou
mais cedo."
Na TAP, o diretor de marketing para o Brasil, Carlos Antunes, diz que há, sim, assentos
disponíveis para novembro e
dezembro nos vôos para Portugal. A ocupação está rondando
80% nas partidas de São Paulo
e Rio de Janeiro. Ele destaca,
porém, que nos assentos de tarifas mais baixas já não há lugar. "Mas os lugares que temos
também não são de preços
exorbitantes", afirmou. Ele
afirma que, na TAP, a procura
está dentro do normal.
Maior operadora do país, a
CVC tranqüiliza: está com uma
média de 50% de ocupação em
seus pacotes para o final de ano,
segundo seu vice-presidente
comercial, Valter Patriani. O
número é semelhante ao do início de outubro do ano passado.
"Há muitos pacotes disponíveis
para todos os destinos para o final do ano e verão", afirmou.
Inclusive para a Europa, destino que tem apresentado uma
maior dificuldade de reserva
com menor antecedência ao
longo deste ano.
As vendas aumentaram 20%
neste ano, afirma Patriani, mas
a oferta também cresceu no
mesmo ritmo. A crise da Varig
não chegou a afetar a operadora, que trabalha majoritariamente com vôos fretados da
TAM -em pacotes nacionais.
Na agência Vivere Viagens,
seu diretor, Renato Duarte,
afirma que cerca de 60% dos
pacotes para o exterior para a
alta temporada foram vendidos
em meados de agosto, e as poucas vagas restantes estão com
valores muito altos.
Destinos mais procurados
Na TAM, os destinos mais
procurados para o final do ano
são Salvador, Confins (MG),
Curitiba, Porto Alegre e Brasília. A companhia ressalta que
há também grande busca pelo
Rio, mas que, como há vôos de
meia em meia hora de São Paulo, a reserva não precisa se dar
com tanta antecedência.
Patriani, da CVC, disse que os
três destinos mais procurados
da temporada de verão são Porto Seguro, Fortaleza e Natal. E
afirma que o barateamento do
dólar reduziu também o preço
dos pacotes nacionais, pois o
fretamento de aviões é pago em
moeda americana. "O preço
médio neste ano está 8% inferior ao dos pacotes do ano passado. Eu tenho casos em que o
valor chega a estar 20% inferior
neste ano", afirmou.
Cruzeiros
No caso dos cruzeiros -serão
11 navios na costa brasileira
neste verão, contra 9 na temporada passada-, há poucas vagas
para o Réveillon. Em algumas
companhias, esse cruzeiro já
está em lista de espera.
Na Costa, a ocupação para os
cruzeiros dos dois navios que a
companhia traz neste ano para
o Brasil está em 86% em média
-era de 75% nesta época do
ano em 2005.
"E nós estamos com uma
oferta de cabines 38% maior
para esta temporada", lembra
René Hermann, diretor-presidente da Costa no Brasil.
A MSC, que traz dois navios
ao país neste ano, informa que
60% da ocupação está reservada ou comprada. "Para Natal e
Réveillon, posso dizer que estamos com os últimos lugares
[disponíveis]", disse Adrian Ursilli, diretor comercial da companhia para o Brasil.
O Réveillon também está
"praticamente lotado" nos navios que a Sun&Sea está trazendo, nas palavras de seu diretor,
Eduardo Vampré Nascimento.
"Nossa média de ocupação está
em 60% e as vendas estão 15%
maiores do que para essa mesma época do ano passado", diz.
A ocupação média dos cinco
navios que a CVC traz neste
ano ao Brasil está em 50%.
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