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Varejo bancário brasileiro deve passar por uma nova onda de consolidação
DA REPORTAGEM LOCAL
Disponíveis ou não para venda, os bancos brasileiros de varejo ficarão todos mais caros
assim que for selada a compra
do Real pelo Santander. O negócio impele Bradesco, Itaú e
mesmo o Banco do Brasil a uma
onda de consolidação, em que o
alvo apontado de investidas
agressivas serão os bancos imediatamente menores, incluindo os estaduais que venham a
ser privatizados ou mesmo absorvidos pelo BB.
Também não ficarão fora de
possíveis aquisições, segundo
analistas, as operações estrangeiras de instituições que perderam a oportunidade de crescimento no país, como aconteceu no ano passado quando o
Itaú comprou o BankBoston.
"A consolidação bancária é
inevitável. O negócio já tornou
todos bancos de varejo mais caros. As oportunidades ficam cada vez mais raras. O Unibanco
aparece como o principal alvo
das investidas do Bradesco. Todos [os bancos] sabem que têm
seu valor e ninguém vai se vender por pouco", disse Ceres Lisboa, analista de bancos da
agência de risco Moody"s.
Para Rafael Guedes, diretor-executivo da agência Fitch Ratings, não estão descartadas no
Brasil operações ainda maiores, como a composição de líderes de mercado. "Na Suíça, os
dois maiores bancos se juntaram para criar o UBS em 1997.
Ninguém esperava. O Citibank
fez uma coisa inesperada no
México, que foi a compra do
Banamex em 2001. O foco não
passa a ser só o Unibanco."
Desde meados dos anos 90, o
Unibanco é apontado com um
dos maiores alvos das investidas, apesar de ser visto como
um banco caro para aquisições.
A família Moreira Salles sempre negou que o banco estivesse à venda. A consolidação foi
citada como responsável pela
alta de 8,44% da ação Unit do
Unibanco na semana passada,
período em que o Ibovespa subiu só 3,06%. Procurado, o banco não comentou o caso.
Bancarização
Se as aquisições não forem
viáveis, os bancos podem crescer organicamente, como afirmou o presidente do Bradesco,
Márcio Cypriano. "Itaú e Bradesco olham oportunidades,
mas podem crescer sozinhos.
Há um longo caminho na bancarização", disse Tamara Berenholc, da Standard & Poor's.
Segundo estudo do BC, os
correspondentes bancários e as
contas simplificadas permitiram um crescimento de 51,7%
no número de poupanças entre
2001 e 2006, acima do crescimento de 7,4% da população.
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