São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2007

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Varejo bancário brasileiro deve passar por uma nova onda de consolidação

DA REPORTAGEM LOCAL

Disponíveis ou não para venda, os bancos brasileiros de varejo ficarão todos mais caros assim que for selada a compra do Real pelo Santander. O negócio impele Bradesco, Itaú e mesmo o Banco do Brasil a uma onda de consolidação, em que o alvo apontado de investidas agressivas serão os bancos imediatamente menores, incluindo os estaduais que venham a ser privatizados ou mesmo absorvidos pelo BB.
Também não ficarão fora de possíveis aquisições, segundo analistas, as operações estrangeiras de instituições que perderam a oportunidade de crescimento no país, como aconteceu no ano passado quando o Itaú comprou o BankBoston.
"A consolidação bancária é inevitável. O negócio já tornou todos bancos de varejo mais caros. As oportunidades ficam cada vez mais raras. O Unibanco aparece como o principal alvo das investidas do Bradesco. Todos [os bancos] sabem que têm seu valor e ninguém vai se vender por pouco", disse Ceres Lisboa, analista de bancos da agência de risco Moody"s.
Para Rafael Guedes, diretor-executivo da agência Fitch Ratings, não estão descartadas no Brasil operações ainda maiores, como a composição de líderes de mercado. "Na Suíça, os dois maiores bancos se juntaram para criar o UBS em 1997. Ninguém esperava. O Citibank fez uma coisa inesperada no México, que foi a compra do Banamex em 2001. O foco não passa a ser só o Unibanco."
Desde meados dos anos 90, o Unibanco é apontado com um dos maiores alvos das investidas, apesar de ser visto como um banco caro para aquisições. A família Moreira Salles sempre negou que o banco estivesse à venda. A consolidação foi citada como responsável pela alta de 8,44% da ação Unit do Unibanco na semana passada, período em que o Ibovespa subiu só 3,06%. Procurado, o banco não comentou o caso.

Bancarização
Se as aquisições não forem viáveis, os bancos podem crescer organicamente, como afirmou o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano. "Itaú e Bradesco olham oportunidades, mas podem crescer sozinhos. Há um longo caminho na bancarização", disse Tamara Berenholc, da Standard & Poor's.
Segundo estudo do BC, os correspondentes bancários e as contas simplificadas permitiram um crescimento de 51,7% no número de poupanças entre 2001 e 2006, acima do crescimento de 7,4% da população.


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