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Negociação para venda do ABN demorou mais de seis meses
DA REDAÇÃO
A compra do ABN Amro
Bank pelo consórcio formado
por RBS (Royal Bank of Scotland), Santander e Fortis -a
maior aquisição do setor de serviços financeiros- deverá por
fim a uma novela de mais de
seis meses. Em um dos capítulos, a venda da instituição chegou a ser anunciada pelo britânico Barclays por US$ 91 bilhões, mas o negócio não foi para a frente.
O ponta-pé inicial para a venda foi uma carta do fundo britânico TCI (O Investimento das
Crianças, na sigla em inglês),
acionista minoritário do ABN,
em fevereiro. O fundo solicitou
que a companhia fosse dividida
ou mesmo vendida devido à má
performance de suas ações na
Bolsa. No mês seguinte, o Barclays anunciou que mantinha
negociações exclusivas para a
compra do banco holandês.
Para entrar na disputa, os
bancos RBS, Santander e Fortis
formaram um consórcio e em
13 de abril manifestaram interesse em adquirir a instituição.
A intenção dos bancos era comprar o ABN para dividi-lo entre
eles. Pelo plano inicial, o banco
espanhol ficaria com as operações no Brasil e na Itália. O
RBS, o segundo maior do Reino
Unido, assumiria as operações
no seu país e o controle do La
Salle, a unidade nos EUA do
ABN. O belga-holandês Fortis
levaria as operações de varejo
na Holanda.
O consórcio só tornou pública a oferta de mais de US$ 100
bilhões -sendo a maior parte
em cash- pelo ABN, dois dias
após o anúncio da aprovação
parcial da compra pelo Barclays, no dia 23 de abril. A proposta cobria a oferta feita pelo
banco britânico e deixou o conselho do ABN, que havia recomendado a venda, em situação
delicada perante os acionistas.
Ao lado do negócio com o
Barclays, foi anunciada a venda
do La Salle para o Bank of America por US$ 21 bilhões. A oferta dos três bancos envolvia a
suspensão da venda do braço
do ABN nos EUA, principal interesse do RBS no grupo.
O negócio com o Bank of
America chegou a ser suspenso,
no início de maio, pela Justiça
holandesa, que entendia que a
venda precisava ser aprovada
pelos acionistas. A transação só
foi concluída no último dia 1º.
O conselho do ABN retirou
sua recomendação à proposta
de compra feita pelo Barclays
para adquiri-lo, em julho, mais
de quatro meses depois do início das negociações. Em comunicado, o banco holandês afirmou que, apesar de ainda "apoiar" a oferta feita pelo Barclays, não podia mais recomendá-la "do ponto de vista financeiro" porque, naquele momento, ela era 1% inferior ao
valor de mercado do ABN.
No último dia 5, o britânico
Barclays decidiu retirar sua
oferta pelo ABN, avaliada à
época em cerca de US$ 88 bilhões. A última proposta do
consórcio de bancos envolve
94% em dinheiro.
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