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Petrobras prepara licitação de 28 sondas
Cada unidade pode custar até US$ 1 bi; concorrência será aberta a estrangeiras, mas construção deverá ser feita no Brasil
Vale, que aguarda fim de licitação com estaleiros do Brasil, confirma contratação de estaleiro coreano para frete de navios por US$ 1 bi
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Para atender a demanda de
equipamentos para a exploração do pré-sal, a Petrobras lançará na próxima semana uma
licitação para a construção de
28 sondas de perfuração -todas no Brasil. Cada unidade pode custar até US$ 1 bilhão, dependendo das especificações.
A concorrência será aberta a
empresas estrangeiras, mas toda a construção terá de ser feita
no Brasil, a partir de projetos
de engenharia também elaborados no país, segundo Renato
Duque, diretor da área de Serviços da Petrobras.
Segundo ele, a licitação foi
"desenhada" com sete navios-sonda para permitir a criação
de um novo estaleiro no país
para receber essa encomenda.
Não há, diz Duque, a obrigatoriedade de que um novo empreendimento do setor naval
seja feito para montar as embarcações.
A contratação das sondas será dividida em três fases, e a
exigência de conteúdo local mínimo (encomendas à indústria
brasileira) é crescente.
Na primeira etapa, sete navios-sonda serão contratados e
ficarão sob propriedade da Petrobras. Nesse caso, o conteúdo
local será de 55% para a obra
como um todo e de 20% apenas
para os equipamentos de perfuração -hoje, importados integralmente. A expectativa é
que as primeiras unidades comecem a ser entregues em três
anos e meio.
Na fase seguinte, a Petrobras
vai contratar mais duas sondas
-que podem ser semissubmersíveis, navios-sonda ou fixas-,
que também serão de propriedade da empresa. Para estas, a
exigência global ficará em 60%,
e a dos equipamentos de perfuração sobe para 40%.
Por fim, serão licitadas as 19
sondas restantes. Não há restrição quanto ao tipo. A diferença
é que, nesse caso, todas serão
afretadas (alugadas) pela estatal de terceiros, responsáveis
pela operações dos equipamentos. Nessa última fase, o conteúdo local exigido será de 65%
para o conjunto da obra e de
50% para a perfuração.
A licitação será feita pela modalidade de carta-convite, pela
qual a Petrobras chama as empresas a participar da disputa.
É a forma usada pela companhia em grandes contratações.
Duque disse que, para essa
concorrência, o estaleiro Mauá
não será convidado. Tal decisão
tem por base a investigação da
Polícia Federal em curso no
âmbito da operação Águas Profundas, que apurou, em 2007,
supostas fraudes em licitações
da Petrobras. O caso está na
Justiça. A Petrobras vetou o
Mauá apesar da pressão do governador do Rio, Sérgio Cabral,
que pediu a inclusão do estaleiro na licitação e assegurou a
"idoneidade" da empresa, controlada pelo empresário German Efromovich.
Procurado, o estaleiro Mauá
informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não
se pronunciará sobre o caso enquanto ele estiver na Justiça.
Vale
A Vale anunciou ontem a
contratação do estaleiro coreano STX Pan Ocean para o afretamento de navios, dentro do
seu programa de criar uma linha exclusiva para o transporte
de seus minérios. Na Coreia, a
empresa informou que o contrato envolve 11 embarcações e
um valor de US$ 1 bilhão, informação não confirmada
A Vale ressaltou que o contrato com a STX Pan Ocean é
um afretamento de navios, não
compra de embarcações. A empresa disse ainda que está
aguardando a finalização do
processo de licitação aberto em
estaleiros nacionais para a
construção de navios no Brasil.
A ressalva da Vale visa evitar
nova polêmica com o presidente Lula, que, no mês passado,
cobrou publicamente da Vale
que compre navios brasileiros e
exporte produtos com maior
valor agregado.
Em nota, a empresa afirmou
que o contrato com os coreanos
"está alinhado com a política da
Vale de estabelecer um portfólio de fretes que garanta nossa
competitividade no mercado
transoceânico, em especial a
China, no médio e longo prazos, ajudando no desempenho
da balança comercial", diz o
texto, lembrando que Vale respondeu por 44,2% do superavit
comercial brasileiro no primeiro semestre de 2009.
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