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AÉREAS
Ibéria passará a cobrar por bagagens de passageiros
DE GENEBRA
A Ibéria, uma das líderes
no transporte de brasileiros
para a Europa, passará a cobrar tarifas para despachar
bagagem, seguindo movimento iniciado pelas empresas de baixo custo e imitado
pelas aéreas americanas.
A notícia foi confirmada à
Folha por uma porta-voz,
segundo a qual a decisão está
sendo estudada. Não foram
ainda definidos nem valores
nem prazo para que a cobrança passe a vigorar.
Mas a expectativa, segundo adiantou a porta-voz, é a
de que, no caso de voos transatlânticos, a cobrança recaia somente sobre a segunda mala (hoje o passageiro da
classe econômica que vai do
Brasil à Europa pode levar
duas peças de 23 kg).
Em voos domésticos e
continentais, entretanto, a
taxa será cobrada já na primeira mala.
A Ibéria afirma se tratar de
"tendência do mercado".
Empresas de baixo custo, como a EasyJet, permitem ao
passageiro uma mala de mão
e cobram pelos despachos.
As aéreas foram alvo de
golpes sucessivos. Os atentados do 11 de Setembro lhes tiraram passageiros, e, quando
a indústria começava a consolidar a retomada, veio a
crise econômica. Em agosto,
o transporte de passageiros
caiu 1,1%, e o de carga, 9,6%
sobre 2008, segundo a Iata,
entidade máxima do setor.
Os preços das passagens
estão deprimidos 18% na
classe econômica e 22% nas
demais. Ante o quadro, taxas
extras, como a cobrança de
lanches a bordo e adicional
para marcar assentos passaram a se disseminar no setor.
A RyanAir, outra empresa
de baixo custo, extinguiu o
balcão de check-in e só mantém o check-in eletrônico,
pelo qual cobra. Tornou-se
comum ainda vender créditos de carbono aos passageiros, como faz a KLM. Entre
os vilões do aquecimento
global, as aéreas lutam para
mitigar suas emissões.
A Ibéria transportou 470
mil pessoas do Brasil para a
Europa e vice-versa em
2008, o que tornou o país seu
segundo mercado latino-americano. Neste ano, deve
ser o primeiro, à frente da
Argentina. Em 2007, a espanhola era a quarta mais usada no Brasil para viajar à Europa, com 250 mil passageiros, atrás da portuguesa TAP,
da brasileira TAM e da Air
France.
(LUCIANA COELHO)
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