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ALIMENTOS
Dreifus diz que aquisição de frigorífico é inviável; empresa deve cerca de R$ 1 bilhão e deixou 5.000 sem emprego
Grupo francês desiste de comprar Chapecó
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O grupo Dreifus perdeu a exclusividade na negociação e parte do
interesse em comprar a indústria
de alimentos Chapecó, paralisada
por uma crise financeira desde
abril deste ano. Sem opção de
comprador, a situação da empresa fica ainda mais incerta.
A direção da Chapecó anunciou
que está aberta a novas propostas
de compra em razão de a Coinbra
(Comércio e Indústria Brasileira)
não ter renovado sua proposta de
compra desde 24 do mês passado.
A Coinbra é 100% controlada
pelo grupo Dreifus, de capital
francês. "Não desistimos da compra [da Chapecó], mas o negócio
se tornou inviável nas condições
que a Coinbra quer comprar",
disse ontem, em entrevista à
Agência Folha, o diretor da Coinbra Adrian Isman.
Ele considerou acertada a decisão da Chapecó de se lançar na
busca de novos potenciais compradores. "Nosso acordo de exclusividade caducou, e eles [a direção] têm que achar outra solução", disse.
Setor com futuro
Segundo Isman, o que não mudou na Coinbra foi o interesse da
empresa em entrar no setor industrial de suínos e frangos. O diretor deu sinais de que a empresa
estuda outras opções de indústria,
mas se recusou a citar nomes.
"Gostamos do setor [segmento
de suínos e frangos] e nosso interesse por ele, seja na Chapecó ou
numa outra [empresa], vai continuar", disse ele.
País competitivo
Para o diretor da Coinbra, o
Brasil é muito competitivo no negócio de carnes, a atividade é forte, tem futuro "e grande sinergia
com o negócio que a Coinbra já
faz no país, que é esmagamento
de soja e exportação de milho".
Ele explica que farelo de soja e milho cobrem 70% do custo da produção de carnes.
A assessora de Relações com Investidores da Chapecó, Tanea
Mara Vedana, disse que a empresa não recebeu nenhuma nova
proposta, mas que "outros grupos se manifestaram antes do
acordo de exclusividade com a
Coinbra".
A empresa de capital francês
propôs assumir a Chapecó pagando R$ 175 milhões pelo patrimônio dos frigoríficos nos três Estados do Sul, livre de dívidas e ônus.
Para que o negócio fosse fechado,
a Chapecó teria de convencer os
credores a receber apenas 3,2%
dos créditos. O BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), credor de
metade da dívida da Chapecó, topou o acordo, mas não foi seguido
por todos os bancos.
A Chapecó deve aproximadamente R$ 1 bilhão, e o fechamento
dos seus frigoríficos levou 5.000
funcionários para o desemprego,
além de atingir 2.000 criadores de
frangos e suínos e centenas de fornecedores.
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