São Paulo, domingo, 8 de novembro de 1998

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PAINEL S/A

Gangorra do emprego
A taxa média de desemprego em 99 deve ficar entre 9,8% e 10,1%, segundo José Pena Garcia, economista-chefe do BankBoston. "O comportamento será heterogêneo. No primeiro trimestre, até pela sazonalidade, é possível que se bata em 12% e, no último, as taxas caem para um dígito."
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Por etapas
Segundo Pena, as linhas de financiamento ao comércio internacional vão se normalizar no início de 99 -primeiro para as exportações e, depois, importações. "Outras linhas de captação, como a emissão de títulos lá fora, só devem se normalizar no segundo semestre".
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Folga nas contas
Prevendo uma queda no PIB de 2%, Pena diz estar, "pela primeira vez, otimista com o ajuste fiscal". Nas suas contas, o governo está trabalhando com alguma gordura. "Algumas receitas estão subestimadas. É o caso da Cofins."
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Velocidade de cruzeiro - 1
Para analistas, a economia brasileira se comporta como um transatlântico e não como um jet-ski. Ou seja, não existe a possibilidade de ajustes bruscos no nível de atividade -como uma queda do PIB de mais de 7% em um trimestre, seguida de recuperação.
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Velocidade de cruzeiro - 2
"Basta ver o que aconteceu depois da primeira crise asiática, em outubro de 97. Apesar da alta dos juros, no primeiro trimestre de 98, o PIB ainda continuou crescendo", diz Celso Toledo, da MB Associados.
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Freio puxado
Para analistas, a redução dos juros não provocará aumento imediato da oferta de crédito. Razão: a inadimplência.
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Sinal dos tempos
Grande empresa nacional queria captar R$ 200 milhões com a emissão de títulos no mercado interno. Obteve R$ 40 milhões.


Primeiro passo
A demissão de diretores do Unibanco é a parte visível de um programa de ajuste que levou quatro meses para ser desenhado, com o apoio da consultoria Tanton Capital -a mesma que ajudou a desenhar o ajuste do Chase. Imaginando um cenário econômico mais adverso, o banco busca ser mais enxuto e eficiente.
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Revendo o processo
Contando com um exército de 60 funcionários, entre maio e setembro todos os processos do Unibanco foram analisados e revistos.
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Na ponta do lápis
O Unibanco espera ter um ganho de 15% no prazo de 12 meses -sendo 70% com o redesenho de processos, 20% com corte de custos e 10% de aumento das receitas.
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Caindo por terra
Acaba de naufragar mais uma tese jurídica que ameaçava o pacote fiscal: a de que não se pode criar ou majorar tributos por MP. Pesquisa feita nos anais do STF constatou que, há dois anos, julgando o assunto perifericamente (incidentalmente, em juridiquês), a maioria dos ministros já havia fechado questão sobre o assunto.
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Voto a voto
Na ocasião, julgando um caso de contribuição social, sete ministros decidiram a favor da MP. Dois a admitiram com restrições e apenas dois negaram a possibilidade.
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Refazendo as contas
Para Octavio de Barros, da Sobeet, "o financiamento do balanço de pagamentos em 1999 será bem menos apertado do que muita gente está prevendo". Deve ficar entre US$ 25 bilhões e US$ 27 bilhões -e não em US$ 33 bilhões.
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O peso do ajuste
Segundo Barros, o próprio ajuste, de caráter recessivo, vai acabar melhorando as contas externas. "As remessas de lucros e dividendos serão menores; os gastos com viagens vão diminuir; as importações vão cair."
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Limite insuportável - 1
Para bancos, apesar da melhora do cenário internacional e do ajuste fiscal prometido, ainda não se consegue enxergar como o governo conseguirá reduzir as taxas de juros além da casa dos 20% ao ano.
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Limite insuportável - 2
Esses bancos lembram que um juro de 20% ao ano gera um déficit nominal na casa dos 5% do PIB.

E-mail: painelsa@uol.com.br



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