São Paulo, Quarta-feira, 08 de Dezembro de 1999


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PERSPECTIVA
Mesmo no cenário mais otimista, Banco Mundial não acredita em redução no número de pobres
Pobreza não deve cair na AL, vê Bird

de Washington

Mesmo se os países da América Latina começarem a associar o crescimento econômico à distribuição de renda e forem favorecidos por um ambiente externo favorável, não conseguirão cumprir metas internacionais de reduzir pela metade a proporção de pobres na próxima década.
A conclusão é do Bird (Banco Mundial), que, pela primeira vez, fez estimativas sobre pobreza nos países em desenvolvimento.
O Bird calculou suas estimativas conforme dois cenários. No primeiro, o pessimista, previu a proporção de pobres na América Latina (e nos demais países emergentes) no ano de 2008 caso a região mantenha sua atual (in) capacidade de distribuir renda.
O número de pessoas absolutamente pobres (ganhando menos de US$1 por dia) aumentaria de 78,2 milhões para 130,8 milhões. No segundo cenário, prevendo crescimento sustentado e políticas corretas de distribuição de renda, o número cairia de 78,2 milhões para 74 milhões.
A redução seria insuficiente em termos percentuais, caindo de 15,6% da população para 13,1%.

Brasil
Com relação à pobreza no Brasil, o Bird não trouxe números, mas afirmou que "um terço dos ganhos em redução de pobreza conquistado pelo Plano Real foi desfeito com a crise econômica dos últimos dois anos". Segundo o banco, o Brasil tem uma série de programas de proteção social, "mas muitos dos vulneráveis, especialmente no setor informal, não estão protegidos".
O Bird disse ainda que as taxas de desemprego no país mostraram uma preocupante elevação, "alcançando recordes históricos de 7% a 8% desde 1998, comparados com 3% e 4% em 1993/1996". (MARCIO AITH)



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