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PREÇOS
No Real, o custo subiu 27,88%, e o salário mínimo, 109,91%
Cesta básica sobe e supera os R$ 136,00 do salário mínimo
ALESSANDRA KIANEK
da Redação
O custo médio da cesta básica
voltou a subir ontem em São Paulo e ultrapassou o valor do salário
mínimo, batendo novo recorde
no Plano Real.
Ontem, os paulistanos pagaram
R$ 136,06 pelos 31 produtos da
cesta básica, com alta de 0,17% no
dia. Esse é o maior valor da cesta
desde o início do Plano Real,
quando a cesta custava R$ 106,40.
Essa é a primeira vez que o custo
da cesta chega no valor atual do
salário mínimo, que é de R$
136,00.
Desde o dia 30 de junho de 94, a
cesta acumula alta de 27,88%. O
salário mínimo, que na época estava em R$ 64,79, subiu 109,91%.
Já a inflação medida pela Fipe
acumulada no Real é de 78,45%.
A pesquisa da cesta básica é feita
diariamente em 70 supermercados de São Paulo pelo Procon em
convênio com o Dieese.
O fato de a cesta básica superar
o valor do salário mínimo é comum em todo início de ano ou
perto do reajuste do mínimo
(maio). Essa é a primeira vez desde 95 que a cesta supera o valor do
mínimo no mês de dezembro.
No dia 1º de março deste ano, a
cesta chegou a superar o valor anterior do mínimo, quando ele estava em R$ 130,00. Em 98, também foi no mês de março que a
cesta superou o mínimo.
O custo da cesta básica subiu
em todos os meses de dezembro
desde o Real, com exceção de 94,
início do plano, quando a cesta recuou 2,34%. No ano passado, o
aumento foi de 2,73%. Até ontem,
a cesta acumulava alta de 1,5%
neste mês.
Dos três grupos que compõem a
cesta, os produtos de limpeza e os
itens de higiene pessoal são os que
mais vêm subindo neste mês. Os
produtos de limpeza acumulam
alta de 3,59%, e os de higiene, de
2,63%. Já os alimentos registram
aumento de 1,07%.
Segundo Neide Ayoub, técnica
de estudos e pesquisas do Procon,
o aumento da cesta se deve à injeção de dinheiro na economia, por
conta do 13º salário; à entressafra;
e ao aumento de preços que o atacado sofreu e que não foi repassado para o consumidor neste ano.
Para ela, a cesta não deve continuar subindo muito. O preço da
carne deve se estabilizar ou recuar
neste mês, compensando outros
aumentos que possam ocorrer.
Até ontem, a carne de primeira já
havia caído 3,34% neste mês.
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