São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000

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PANORÂMICA

BLOCOS
Ministro argentino quer antecipar Alca e propõe Mercosul integrado ao Nafta
O ministro da Economia da Argentina, José Luis Machinea, defendeu ontem a antecipação em um ano da criação da Alca (Acordo de Livre Comércio das Américas).
Pelo calendário inicial, a Alca estará oficialmente em vigor a partir de 2005. ""Não disse que devemos fazer como o Chile (que decidiu integrar-se ao Nafta, o acordo de livre comércio liderado pelos EUA). O que precisamos é acelerar os tempos de integração do Mercosul a outros blocos, em especial ao Nafta."
Machinea defendeu o aperfeiçoamento dos instrumentos de defesa da competição (entre empresas dos membros do bloco) e de qualidade dos produtos.
O ministro disse que depois da aprovação do Orçamento pelo Senado, o socorro financeiro está assegurado e que o país poderá ter crescimento superior aos 2,5% previstos para o próximo ano.
""Teremos o dinheiro do Fundo, mas isso não quer dizer que a Argentina sairá do mercado (de títulos). Hoje, os mercados estão fechados para nós porque as taxas são impeditivas", disse.
Machinea tergiversou quando indagado sobre qual seria o valor total do empréstimo do FMI e qual o montante o país pretende utilizar de imediato. Confirmou, entretanto, que a Argentina tem o aval o organismo internacional para sacar nos próximos dias US$ 2 bilhões de uma linha de crédito contigente que havia sido acordada em janeiro -e cujo montante até 2003 era de US$ 7,2 bilhões. Somente nos três primeiros meses de 2001, o país precisará de US$ 6 bilhões para honrar compromissos de amortização de dívidas e financiar o déficit fiscal.
De acordo com ele, a Argentina poderá superar os 2,5% de meta de crescimento estipulada pelo próprio governo para 2001.
Apresentou como justificativas, uma melhora no cenário internacional em relação ao país, a depreciação do dólar frente ao euro, o aumento dos preços de produtos agropecuários (o que favoreceria as exportações) e a diminuição das taxas de juros, sinalizada anteontem pelo presidente do Fed, o Banco Central dos EUA, Alan Greenspan.
Neste ano, as metas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) passaram por sucessivas revisões, todas para baixo: de 4% chegou a 0,7%. O país completa em dezembro o 27o mês em recessão. ""Teremos um choque de investimentos em 2001", disse (DE BUENOS AIRES)


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