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Reajuste a aposentado pode ter novo índice
Ministro da Previdência apoiará proposta de entidades que querem inflação do idoso para corrigir benefício
DO "AGORA"
O ministro da Previdência,
Luiz Marinho, disse ontem que
vai apoiar a proposta das entidades de aposentados de mudar o índice de inflação que reajusta os benefícios do INSS acima do piso (R$ 380).
Pela proposta da Cobap
(Confederação Brasileira dos
Aposentados e Pensionistas), o
índice usado deve levar em
conta a inflação para as famílias
formadas majoritariamente
por idosos -que é registrada
pelo IPC-3i (Índice de Preço ao
Consumidor da Terceira Idade) calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Pela regra em vigor, vale a inflação registrada para consumidores que moram em áreas urbanas e com renda de um a seis
salários mínimos -o INPC (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Se a regra que considera a inflação do idoso tivesse sido
aplicada desde o início do Plano
Real (em julho de 1994), o reajuste acumulado das aposentadorias teria sido de 201,5%. O
reajuste dado pelo INSS no período foi de 248,60%, maior
que o INPC, de 191,7%. A diferença ocorre porque, em alguns
anos, houve aumento real de
salário para os aposentados.
Por outro lado, se a mudança
sugerida fosse aplicada no reajuste deste ano, o aposentado
sairia perdendo. Entre maio de
2006 e abril de 2007, período
que foi levado em conta para o
aumento deste ano, o aumento
dado pelo INSS foi de 3,3%, um
pouco menor que o INPC, de
3,60%. Já o índice acumulado
da inflação dos idosos foi de 3%.
A diferença, neste ano, entre
o INPC e o reajuste dado pelo
INSS ocorreu porque, como o
aumento foi aplicado na folha
de pagamento que fecha em
abril (salários pagos em maio),
o índice oficial da inflação acumulada em abril ainda não estava disponível. Então, foi feita
uma projeção.
"Conversei com as entidades
nesta semana e concordo com a
aplicação de um índice que leve
em conta o perfil e o custo de vida dos idosos", disse Marinho.
A proposta dos aposentados
prevê o uso do IPC-3i quando o
índice for maior do que o calculado pelo IBGE. Para André
Braz, economista da FGV, o
IPC-3i dá mais peso para despesas comuns dos idosos, como
remédios e convênios.
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