São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reajuste a aposentado pode ter novo índice

Ministro da Previdência apoiará proposta de entidades que querem inflação do idoso para corrigir benefício

DO "AGORA"

O ministro da Previdência, Luiz Marinho, disse ontem que vai apoiar a proposta das entidades de aposentados de mudar o índice de inflação que reajusta os benefícios do INSS acima do piso (R$ 380).
Pela proposta da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas), o índice usado deve levar em conta a inflação para as famílias formadas majoritariamente por idosos -que é registrada pelo IPC-3i (Índice de Preço ao Consumidor da Terceira Idade) calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Pela regra em vigor, vale a inflação registrada para consumidores que moram em áreas urbanas e com renda de um a seis salários mínimos -o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Se a regra que considera a inflação do idoso tivesse sido aplicada desde o início do Plano Real (em julho de 1994), o reajuste acumulado das aposentadorias teria sido de 201,5%. O reajuste dado pelo INSS no período foi de 248,60%, maior que o INPC, de 191,7%. A diferença ocorre porque, em alguns anos, houve aumento real de salário para os aposentados.
Por outro lado, se a mudança sugerida fosse aplicada no reajuste deste ano, o aposentado sairia perdendo. Entre maio de 2006 e abril de 2007, período que foi levado em conta para o aumento deste ano, o aumento dado pelo INSS foi de 3,3%, um pouco menor que o INPC, de 3,60%. Já o índice acumulado da inflação dos idosos foi de 3%.
A diferença, neste ano, entre o INPC e o reajuste dado pelo INSS ocorreu porque, como o aumento foi aplicado na folha de pagamento que fecha em abril (salários pagos em maio), o índice oficial da inflação acumulada em abril ainda não estava disponível. Então, foi feita uma projeção.
"Conversei com as entidades nesta semana e concordo com a aplicação de um índice que leve em conta o perfil e o custo de vida dos idosos", disse Marinho.
A proposta dos aposentados prevê o uso do IPC-3i quando o índice for maior do que o calculado pelo IBGE. Para André Braz, economista da FGV, o IPC-3i dá mais peso para despesas comuns dos idosos, como remédios e convênios.


Texto Anterior: Bolsa ensaia recorde, mas recua no final
Próximo Texto: Justiça: Liminar suspende eleição da Abrapp marcada para 2ª
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.