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Preço de energia do rio Madeira terá redutor
Leilão de usina está marcado para segunda-feira
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo aplicará um redutor sobre o preço final da energia a ser vendida pela hidrelétrica de Santo Antônio, no rio
Madeira (RO). Quanto maior a
quantidade de energia que o futuro dono da usina destinar ao
chamado "mercado livre" (em
que grandes indústrias compram energia, fora das distribuidoras), maior a redução no
preço final da energia a ser vendida no "mercado cativo" (distribuidoras de energia, que
vendem aos consumidores residenciais, por exemplo).
O leilão da hidrelétrica deverá acontecer na segunda. Vence
a disputa o consórcio que apresentar o menor valor para a tarifa de energia, respeitado o teto de R$ 122 o MWh (megawatt-hora) definido pelo governo. O redutor será aplicado
após o resultado do leilão e incidirá sobre a tarifa que resultar do deságio causado pela disputa. Se o vencedor do leilão
não quiser vender energia no
"mercado livre", não haverá
aplicação do redutor.
As tarifas do "mercado cativo" (distribuidoras) são reguladas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e só podem ser reajustadas uma vez
por ano, de acordo com critérios previstos em contrato. Já o
preço cobrado no "mercado livre" é negociado entre produtores e consumidores de energia segundo as leis de mercado
- oferta e demanda. Quando há
sobra de energia, o preço do
mercado livre tende a ser menor que o do cativo. Quando há
escassez, acontece o contrário.
Quando o racionamento de
energia terminou, em fevereiro
de 2002, havia excesso de energia. Com muita oferta, o preço
da energia no "mercado livre"
despencou. De olho nos ganhos
financeiros, grandes consumidores deixaram suas distribuidoras, em que a energia era
mais cara, e passaram a comprar esse insumo no mercado
livre. Agora, com a oferta de
energia muito ajustada à demanda, o preço da energia no
mercado livre está subindo.
Quem compra energia no
mercado livre (grandes indústrias) tem procurado o governo
na tentativa de propor a criação
de mecanismos que evitem que
o preço da energia dispare. O
governo não tem atendido aos
pedidos porque entende que já
houve ganhos quando o preço
da energia estava baixo e a subida de preços é um risco de
quem optou por esse mercado.
O próprio governo considera
o preço teto do leilão baixo e
prevê deságio pequeno na disputa. Essa avaliação é compartilhada por empreendedores
que vão participar do leilão. "A
Cemig trabalha dentro do enfoque daquilo que é rentável para
o empreendimento, nós não vamos entrar em aventuras, e,
muito embora a tarifa definida
pelo governo esteja um pouco
aquém do esperado, a usina
Santo Antônio ainda é um projeto competitivo", afirmou
Djalma Morais, presidente da
Cemig (que disputará a usina
em consórcio com Furnas e
Odebrecht) .
O leilão da hidrelétrica de
Santo Antônio custará R$ 1,4
milhão, rateado pelos participantes da disputa e pelas distribuidoras que vão comprar
energia da usina. A obra de
construção da hidrelétrica está
estimada em R$ 9,5 bilhões.
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