São Paulo, quarta-feira, 09 de janeiro de 2002

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Alta nos reservatórios poderá antecipar fim do racionamento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O "ministério do apagão" poderá se reunir para discutir o fim do racionamento no final de janeiro ou início de fevereiro. Ontem, o ministro José Jorge (Minas e Energia) disse que haveria reunião para debater essa questão assim que o nível dos reservatórios das hidrelétricas chegasse a 50%.
O nível esperado para o fim deste mês é 48,2% no Sudeste e no Centro-Oeste. Na última segunda-feira, os reservatórios dessas duas regiões estavam com 35,96% de sua capacidade.
A Folha apurou, no entanto, que a área técnica do governo não aconselha o término do racionamento ainda em fevereiro e prefere aguardar o início de março para decretar a medida, caso chova o suficiente no mês que vem.
De acordo com análise técnica, o racionamento poderia acabar em março no Sudeste e no Centro-Oeste e em abril no Nordeste, onde a situação é mais grave.
Para o final deste mês, a expectativa é que os reservatórios da região Nordeste cheguem a 34,8%. De acordo com estudo do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), caso os reservatórios da região chegassem ao final de abril com 34% e as usinas de geração emergencial funcionassem, seria possível suspender o racionamento na região. Até segunda-feira, os reservatórios estavam com 20,2% de sua capacidade.
Ainda de acordo com estudo do ONS, se os reservatórios da região Nordeste chegarem ao final de abril com 48% de sua capacidade, não seria necessário gerar energia emergencial para suspender o racionamento na região.
A área técnica do governo prefere não terminar o racionamento de energia ainda em fevereiro porque, no verão passado, foi surpreendida pela falta de chuvas em janeiro e fevereiro. Em dezembro de 2000, por causa das chuvas abundantes, os técnicos chegaram a dizer que não haveria problemas em 2001.
Mesmo que mantenha o racionamento em fevereiro, o governo deverá torná-lo mais brando para as indústrias e diminuir também parte das restrições para iluminação pública. Hoje, o setor industrial tem que economizar de 15% a 25% e a economia na iluminação pública é de 35%.
A economia de energia nas regiões em racionamento continua dentro das metas estipuladas. Em janeiro, as regiões Sudeste e Centro-Oeste economizaram 12,43% além do necessário. No Nordeste, a economia extra foi de 13,31%.

Energia emergencial
O governo anunciou ontem que o preço médio da energia emergencial -que será usada como seguro ao longo deste ano e de 2003- ficou em R$ 288 por MWh. O governo irá contratar 2.155 MW, mas só irá comprar essa energia caso seja necessário. Se não houver geração, o governo paga apenas o aluguel das usinas.


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