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Alta nos reservatórios poderá
antecipar fim do racionamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O "ministério do apagão" poderá se reunir para discutir o fim
do racionamento no final de janeiro ou início de fevereiro. Ontem, o ministro José Jorge (Minas
e Energia) disse que haveria reunião para debater essa questão assim que o nível dos reservatórios
das hidrelétricas chegasse a 50%.
O nível esperado para o fim deste mês é 48,2% no Sudeste e no
Centro-Oeste. Na última segunda-feira, os reservatórios dessas
duas regiões estavam com 35,96%
de sua capacidade.
A Folha apurou, no entanto,
que a área técnica do governo não
aconselha o término do racionamento ainda em fevereiro e prefere aguardar o início de março para decretar a medida, caso chova o
suficiente no mês que vem.
De acordo com análise técnica,
o racionamento poderia acabar
em março no Sudeste e no Centro-Oeste e em abril no Nordeste,
onde a situação é mais grave.
Para o final deste mês, a expectativa é que os reservatórios da região Nordeste cheguem a 34,8%.
De acordo com estudo do ONS
(Operador Nacional do Sistema
Elétrico), caso os reservatórios da
região chegassem ao final de abril
com 34% e as usinas de geração
emergencial funcionassem, seria
possível suspender o racionamento na região. Até segunda-feira, os reservatórios estavam com
20,2% de sua capacidade.
Ainda de acordo com estudo do
ONS, se os reservatórios da região
Nordeste chegarem ao final de
abril com 48% de sua capacidade,
não seria necessário gerar energia
emergencial para suspender o racionamento na região.
A área técnica do governo prefere não terminar o racionamento
de energia ainda em fevereiro
porque, no verão passado, foi surpreendida pela falta de chuvas em
janeiro e fevereiro. Em dezembro
de 2000, por causa das chuvas
abundantes, os técnicos chegaram a dizer que não haveria problemas em 2001.
Mesmo que mantenha o racionamento em fevereiro, o governo
deverá torná-lo mais brando para
as indústrias e diminuir também
parte das restrições para iluminação pública. Hoje, o setor industrial tem que economizar de 15%
a 25% e a economia na iluminação pública é de 35%.
A economia de energia nas regiões em racionamento continua
dentro das metas estipuladas. Em
janeiro, as regiões Sudeste e Centro-Oeste economizaram 12,43%
além do necessário. No Nordeste,
a economia extra foi de 13,31%.
Energia emergencial
O governo anunciou ontem que
o preço médio da energia emergencial -que será usada como
seguro ao longo deste ano e de
2003- ficou em R$ 288 por
MWh. O governo irá contratar
2.155 MW, mas só irá comprar essa energia caso seja necessário. Se
não houver geração, o governo
paga apenas o aluguel das usinas.
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