São Paulo, terça-feira, 09 de janeiro de 2007

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BNDES fecha ano com desembolso recorde de R$ 52 bi

Banco libera 87% do orçamento de 2006; empréstimo a grandes empresas cresce 14% e fica estável para outras

BNDES estima que em 2007 desembolsos sejam liderados por infra-estrutura e insumos, com destaque para químicos papel e celulose e siderurgia

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Federal) liberou R$ 52,28 bilhões em financiamentos em 2006. O resultado recorde representa um crescimento de 11% em relação a 2005. Descontada a inflação, houve crescimento real de 7%.
O crescimento foi liderado pelas empresas de grande porte, com receita operacional bruta anual superior a R$ 60 milhões. Os resultados indicam que o banco concedeu empréstimos no valor de R$ 40,2 bilhões para empresas deste porte, uma expansão de 14% em relação a 2005. Já as microempresas (com receita operacional bruta anual de até R$ 1,2 milhão) e as pequenas empresas (de R$ 1,2 milhão a R$ 10,5 milhão de receita) ficaram estáveis, com empréstimos de R$ 4,02 bilhões. Os financiamentos para pessoa física recuaram 22% e somaram R$ 3,01 bilhões. Eles são destinados em sua maioria para produtores agrícolas em busca de financiamento para equipamentos.
Os maiores financiamentos (aprovações) foram para a Suzano Bahia Sul (R$ 2,4 bilhões), Telemar (R$ 2,4 bilhões) e Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões).
O desempenho do banco mostra que houve uma aceleração dos desembolsos em dezembro. Até novembro, o BNDES havia liberado R$ 42 bilhões, com crescimento nos financiamentos de 6% para a indústria. Somente em dezembro foram desembolsados R$ 10 bilhões, o que levou a indústria a uma expansão de 16%.
O BNDES não relaciona a aceleração nos desembolsos à cobrança do governo de que os bancos públicos emprestem mais. Afirma que o ritmo maior no fim do ano é natural em razão do comportamento das empresas, que estabelecem metas anuais de captação e de projetos. "É coerente com uma trajetória de aceleração do investimento", disse o presidente do BNDES, Demian Fiocca.
Com mais empréstimos no fim do ano, o banco cumpriu o equivalente a 87,13% do orçamento. Segundo Fiocca, o orçamento não representa uma meta, mas um teto de liberações. O banco estuda parar de divulgar o valor do orçamento anual. Segundo Fiocca, o objetivo é evitar o "ruído da comunicação" cada vez que o valor do desembolso fica abaixo do orçamento. A idéia é divulgar só o que o banco pretende desembolsar. Em 2006, eram R$ 50 bilhões.
A agropecuária teve uma queda de 16% no valor dos desembolsos, que somaram R$ 3,423 bilhões. O setor de infra-estrutura, considerado prioritário pelo governo, teve recuo de 1%, com R$ 16,992 bilhões.
O BNDES estima que em 2007 os desembolsos sejam liderados por infra-estrutura e insumos básicos, com destaque para siderurgia, papel e celulose, química e petroquímica. As aprovações somam R$ 74,319 bilhões, uma expansão de 36%.
(JANAINA LAGE)


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