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BNDES fecha ano com desembolso recorde de R$ 52 bi
Banco libera 87% do orçamento de 2006; empréstimo a grandes empresas cresce 14% e fica estável para outras
BNDES estima que em 2007 desembolsos sejam liderados por infra-estrutura e insumos, com destaque para químicos papel e celulose e siderurgia
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Federal) liberou R$ 52,28
bilhões em financiamentos em
2006. O resultado recorde representa um crescimento de
11% em relação a 2005. Descontada a inflação, houve crescimento real de 7%.
O crescimento foi liderado
pelas empresas de grande porte, com receita operacional
bruta anual superior a R$ 60
milhões. Os resultados indicam
que o banco concedeu empréstimos no valor de R$ 40,2 bilhões para empresas deste porte, uma expansão de 14% em relação a 2005. Já as microempresas (com receita operacional bruta anual de até R$ 1,2
milhão) e as pequenas empresas (de R$ 1,2 milhão a R$ 10,5
milhão de receita) ficaram estáveis, com empréstimos de R$
4,02 bilhões. Os financiamentos para pessoa física recuaram
22% e somaram R$ 3,01 bilhões. Eles são destinados em
sua maioria para produtores
agrícolas em busca de financiamento para equipamentos.
Os maiores financiamentos
(aprovações) foram para a Suzano Bahia Sul (R$ 2,4 bilhões),
Telemar (R$ 2,4 bilhões) e Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões).
O desempenho do banco
mostra que houve uma aceleração dos desembolsos em dezembro. Até novembro, o
BNDES havia liberado R$ 42
bilhões, com crescimento nos
financiamentos de 6% para a
indústria. Somente em dezembro foram desembolsados R$
10 bilhões, o que levou a indústria a uma expansão de 16%.
O BNDES não relaciona a
aceleração nos desembolsos à
cobrança do governo de que os
bancos públicos emprestem
mais. Afirma que o ritmo maior
no fim do ano é natural em razão do comportamento das empresas, que estabelecem metas
anuais de captação e de projetos. "É coerente com uma trajetória de aceleração do investimento", disse o presidente do
BNDES, Demian Fiocca.
Com mais empréstimos no
fim do ano, o banco cumpriu o
equivalente a 87,13% do orçamento. Segundo Fiocca, o orçamento não representa uma meta, mas um teto de liberações. O
banco estuda parar de divulgar
o valor do orçamento anual. Segundo Fiocca, o objetivo é evitar o "ruído da comunicação"
cada vez que o valor do desembolso fica abaixo do orçamento.
A idéia é divulgar só o que o
banco pretende desembolsar.
Em 2006, eram R$ 50 bilhões.
A agropecuária teve uma
queda de 16% no valor dos desembolsos, que somaram R$
3,423 bilhões. O setor de infra-estrutura, considerado prioritário pelo governo, teve recuo
de 1%, com R$ 16,992 bilhões.
O BNDES estima que em
2007 os desembolsos sejam liderados por infra-estrutura e
insumos básicos, com destaque
para siderurgia, papel e celulose, química e petroquímica. As
aprovações somam R$ 74,319
bilhões, uma expansão de 36%.
(JANAINA LAGE)
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