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Consumo de gás cresce no país e eleva risco ao abastecimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O consumo nacional de gás
natural aumentou em 2006, de
acordo com números divulgados pela Abegás (Associação
Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado),
que consideram o período janeiro-novembro. No acumulado dos 11 primeiros meses do
ano passado, o consumo aumentou em 5,5 milhões de metros cúbicos por dia por conta
do maior uso de usinas termelétricas.
No mês de novembro, foram
consumidos 46,2 milhões de
metros cúbicos por dia, 12% a
mais do que o registrado no
mesmo mês do ano anterior. O
crescimento do consumo foi liderado pelas termelétricas
(51,66%), seguidas da indústria
(3,45%) e dos automóveis
(5,90%). Houve diminuição no
consumo de residências (de
1,10%) e comércio (-1,12%).
O fornecimento de gás natural é o principal gargalo para a
segurança no abastecimento de
energia nos próximos dois
anos. Hoje, não há gás suficiente para atender a todos os consumidores (termelétricas, indústria, automóveis e residências) simultaneamente. Em outubro, forçada a fornecer gás
para termelétricas, a Petrobras
reduziu a quantidade de combustível enviada a distribuidoras do Rio de Janeiro e de São
Paulo. No Rio, houve falta de
gás para automóveis (GNV, Gás
Natural Veicular) em alguns
postos.
No final de 2006, a Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica) determinou um teste
com 21 usinas termelétricas a
gás. Essas usinas informavam
poder gerar até 8.020 MW (potência instalada). Durante o
teste, elas geraram 4.723 MW
médios de energia. O restante
não foi entregue porque não
havia gás suficiente.
Para contornar a situação, a
Petrobras, fornecedora do
combustível, assinou, em maio
do ano passado, um termo de
compromisso com a Aneel
comprometendo-se a garantir
que as termelétricas tenham,
até 2011, capacidade de gerar
6.737 MW. Em julho de 2007,
no entanto, a estatal já deixou
de cumprir o acordo e foi multada pela agência reguladora
em R$ 84,7 milhões.
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