São Paulo, sábado, 09 de janeiro de 2010

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Divisão de poder retarda anúncio de megapetroquímica

Fusão de ativos da Quattor na Braskem recupera o poder da Petrobras na petroquímica brasileira

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A divisão de poderes entre o grupo Odebrecht e a Petrobras é a razão do atraso na divulgação da incorporação dos ativos da Quattor na Braskem, prevista por negociadores para acontecer na última terça-feira.
O negócio criará uma companhia com receita anual de R$ 30 bilhões e a oitava posição mundial no mercado de resinas plásticas. A companhia dominará 100% do mercado brasileiro das principais resinas, PE (polietileno) e PP (polipropileno). A operação consistirá na aquisição das ações de controle da família Geyer na Unipar, holding que controla os ativos da Quattor Petroquímica.
As unidades industriais, produtoras de petroquímicos básicos e de resinas plásticas, serão colocadas dentro da Braskem. Essa empresa receberá uma capitalização entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões e terá o controle partilhado entre a Petrobras e o grupo Odebrecht.
É essa configuração do acordo de acionistas, a partir do qual se assentará o mando da nova companhia, o ponto de discussão que carece de um consenso definitivo.
Diferentemente da posição exercida pela Petrobras na petroquímica até agora (como acionista minoritária na Braskem e na Quattor), a estatal terá poderes maiores. Por outro lado, negociadores dizem que o modelo não prevê a reestatização do setor petroquímico. O grupo Odebrecht terá pouco mais de 50% da nova empresa.
Enquanto as partes discutem o ajuste final do acordo, a Petrobras anuncia medidas que podem estar relacionadas à nova configuração acionária dentro da Braskem. Ontem, a estatal distribuiu comunicado ao mercado no qual esclarece a operação de transferência de 72.966.174 ações preferenciais de emissão da Braskem, nas mãos da Petroquisa (Petrobras Química), para a WBW.
Em 31 de dezembro, a Petroquisa transferiu 59.014.254 ações ordinárias da Braskem (31% dos papéis com direito a voto) para a WBW. Com isso, o braço petroquímico da Petrobras sai da participação do principal ativo do setor no país.


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