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Mantega nega controle de capitais e diz que exportador traz dólar para ganhar com juro
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na semana em que voltaram
as pressões contra a política
cambial, inclusive por parte do
PT, que tem defendido medidas para valorizar o real e uma
aceleração na queda dos juros,
o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, descartou qualquer
medida de controle de capitais.
O PT vai discutir, em reunião
do Diretório Nacional neste final de semana, documento em
que defenderá, entre outros temas, uma mudança na política
monetária do governo. Parte
dos integrantes defende a adoção do controle de capitais.
"Para o atual sistema financeiro, o controle de capitais é
inadequado porque onde se verificam os movimentos de operações cambiais não é mais no
mercado à vista, mas no mercado futuro. E no mercado futuro
o capital físico não entra. Então
não adianta você fechar as portas porque não terá o resultados esperado, já que hoje as
modalidades de operação são
diferentes", disse o ministro.
Segundo ele, caso fosse adotado controle de capitais, o país
pagaria o preço disso, que geralmente causa a desconfiança
dos investidores-, mas não
conseguiria obter o resultado
esperado, já que as operações
são feitas em reais na Bolsa de
Mercadorias & Futuros, mas
utilizando o câmbio como referência.
"A melhor coisa é ir reduzindo a taxa de juros da economia
brasileira com relação às economias externas. A possibilidade de diminuir esse ganho diminui essa forma de operação."
Mantega admitiu que os juros altos prejudicam a mudança na legislação cambial feita
no ano passado, para ajudar os
exportadores a ter maior margem para arbitrar com os dólares que recebem como receita
de suas vendas -deixando 30%
da receita obtida no exterior,
para esperar o melhor momento de trazer para o Brasil os recursos, de acordo com a cotação do dólar.
Segundo ele, os exportadores
estão preferindo trazer o dinheiro para o Brasil para aplicar em reais porque os juros estão altos.
O ministro se defendeu das
críticas feitas ontem ao PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria)
por meio de uma nota. Segundo
a CNI, o PAC é tímido porque
não desonera os investimentos
o suficiente e não estabelece
controle de gastos. A CNI prevê
que o país cresça 3,5% em 2007.
Mantega não quis apostar em
um número, mas afirmou que o
crescimento será maior. "Eles
estão desinformados. Todos os
institutos estão revendo a previsão de crescimento para cima", afirmou. Ele também afirmou que nos próximos dias o
Ministério do Planejamento fará um anúncio de contingenciamento de gastos.
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