São Paulo, Terça-feira, 09 de Fevereiro de 1999
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Planalto nega Leme em diretoria do BC

da Sucursal de Brasília

O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse ontem que "não procede" a informação de que o economista Paulo Leme, vice-presidente do banco de investimentos Goldman Sachs, em Nova York, tenha sido convidado para ocupar a diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central.
"O presidente não tem conhecimento de que se cogita isso", disse o porta-voz, que não disse quando os nomes dos novos diretores serão anunciados.
Segundo a Folha apurou, Leme foi a escolha do novo presidente do BC, Armínio Fraga, para a diretoria encarregada de administrar as reservas em dólar e as operações no mercado de câmbio.
Embora não tenha havido uma confirmação oficial, a entrada de Leme no governo era dada como certa até a quinta-feira da semana passada.
Naquele dia, já se confirmava em caráter reservado, no banco de investimentos Goldman Sachs, a saída de Leme da instituição rumo ao BC.
Na sexta-feira, os entendimentos com Leme retrocederam. Pesaram contra o economista declarações recentes suas sobre a crise brasileira e a defesa pública de medidas polêmicas.
Em outubro do ano passado, por exemplo, Leme receitou superpoderes para o presidente da República e a ampliação do programa de privatizações para combater os efeitos no Brasil da crise gerada pela moratória da Rússia.
Leme defendeu na época que o Brasil adotasse o modelo venezuelano.
Em setembro do ano passado, o Congresso da Venezuela concedeu poderes especiais ao presidente Rafael Caldera, que passou a legislar por decreto para apressar a redução do déficit público.
O economista disse ainda que deveriam ser privatizados o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás.


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