São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2006

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PARCERIA

Negociação envolve governo do Brasil e estatal petrolífera, a PDVSA

Venezuela quer navios da Petrobras

DA SUCURSAL DO RIO

Numa negociação que envolveu os governos do Brasil e da Venezuela, a PDVSA, estatal petrolífera do país vizinho, encomendará 36 navios de grande porte a estaleiros brasileiros.
As obras consumirão investimentos estimados em US$ 3 bilhões, segundo o Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria Naval e Offshore), entidade que reúne os estaleiros.
Para conseguir a encomenda, o governo brasileiro se comprometeu a financiar a construção dos navios com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O banco, de acordo com o Sinaval, irá conceder o empréstimo diretamente ao comprador dos navios, no caso a PDV Marina, braço logístico da PDVSA.
Os cinco estaleiros que devem ratear as encomendas e que participarão de missão empresarial à Venezuela na semana que vem, na qual deve ser fechado o acordo, terão de apresentar garantias de desempenho durante a fase de construção.
Participam da negociação os estaleiros Atlântico Sul (localizado em Pernambuco e controlado pela Camargo Corrêa), Mauá-Jorong (Niterói-RJ), Eisa (Rio de Janeiro), Kapell-Fels (Angra dos Reis-RJ) e Itajaí (Santa Catarina).
A expectativa é que os navios comecem a ser entregues entre 2008 e 2009. Serão construídas no Brasil 28 embarcações de grande porte, com capacidade de transporte de 45 mil toneladas até 160 mil toneladas.
Os outros oito navios terão seu casco feito no Brasil e o restante da obra concluída na Venezuela. No acordo, está prevista a transferência de tecnologia.
No lote encomendado, estão desde grandes petroleiros até embarcações para o transporte de GLP (gás de cozinha) e demais derivados de petróleo.
O Sinaval diz acreditar que a indústria naval está capacitada a atender às encomendas, ainda que tenha de passar pela chamada "curva de aprendizado" da indústria (que ficou sucateada por mais de uma década desde meados dos anos 80) até chegar aos níveis de competitividade dos estaleiros asiáticos (coreanos, chineses e japoneses e de Cingapura).


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