São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Concessionárias de rodovias foram as mais rentáveis em 2007

No ano passado, o segmento que registrou maior rentabilidade foi o de administração e concessão de rodovias, segundo estudo elaborado pela Austin Rating sobre a rentabilidade dos principais setores da economia no país.
O setor financeiro ficou em 14º lugar em rentabilidade, mas foi também o que registrou o maior lucro líquido em comparação aos demais segmentos. Os 148 bancos somaram um lucro de R$ 33,2 bilhões.
Em segundo ficou o setor de telecomunicações, que registrou um lucro total de R$ 19,4 bilhões, mas que acabou em 21º em rentabilidade.
O indicador de rentabilidade foi calculado a partir da relação entre lucro líquido e patrimônio líquido. O trabalho da Austin Rating mediu o desempenho de 672 empresas de capital aberto em 28 diferentes setores da economia, a partir dos balanços no período de janeiro a setembro do ano passado.
O setor de administração e concessão de rodovias registrou, no ano passado, uma rentabilidade de 33,9%, apesar de os valores serem pequenos. Esse desempenho, segundo a Austin Rating, está diretamente relacionado ao programa de privatização e concessão de rodovias, que foi retomado pelo governo FHC a partir da segunda metade dos anos 90, e teve continuidade, ainda que modesta, no governo Lula.
A alta rentabilidade do setor se explica pelo fato de as rodovias privatizadas estarem em condições relativamente razoáveis de uso, o que não tornou necessário grandes investimentos. Além disso, o preço do quilômetro rodado é um dos maiores no mundo.
No ranking elaborado pela Austin Rating, em segundo lugar em rentabilidade ficou o setor de bebidas e fumo, com 32,5%, e, em terceiro, siderurgia, com 24,8%. Segundo a consultoria, boa parte dessa alta rentabilidade do setor de bebidas e fumo é explicada pelo elevado grau de concentração nos dois segmentos: AmBev no setor de bebidas e Souza Cruz no de fumo.
Já o setor de siderurgia foi beneficiado tanto pelo crescimento mundial observado nos últimos cinco anos quanto pela expansão interna do crédito.
Outro destaque também, nesse levantamento, foi o desempenho do setor industrial, que ocupou a quarta colocação, com rentabilidade de 23,6%. O segmento, de acordo com a Austin Rating, conseguiu se recompor depois do duro golpe sofrido nos anos de 2001 e 2002, quando a economia foi atingida pelo racionamento e pela crise de confiança que aumentou as taxas de juros para níveis bastante elevados.
Nos últimos quatro anos, o setor industrial vem se recuperando devido à expansão das empresas no mercado internacional e pela melhora do consumo doméstico, com a expansão do crédito e o aumento da renda e do emprego.
Apesar dos lucros recordes apresentados pelos grandes bancos, o setor financeiro registrou uma rentabilidade de apenas 12,5%. A Austin Rating chama a atenção para o fato de que o trabalho foi feito com os balanços de 148 bancos, incluindo assim a rentabilidade das pequenas e médias instituições. Se a pesquisa se restringisse aos grandes bancos, certamente o indicador seria bem mais significativo.
De qualquer forma, a consultoria Austin Rating chama a atenção para o fato de que o setor financeiro é um dos poucos setores que se beneficiam de um cenário macroeconômico favorável ou não.

Só 4% das empresas se saem bem em sites de busca, afirma estudo

Segundo um estudo que pesquisou o desempenho das 50 empresas brasileiras que mais investiram em publicidade em 2006, 96% delas não criam mecanismos eficientes para que os buscadores da internet levem os usuários aos seus sites. A pesquisa foi feita pela .FOX Networks, empresa ligada à Fox International Channels, e será divulgada nesta semana.
Os critérios para considerar um site eficiente são a utilização correta de palavras-chaves no código-fonte do site -em linguagem eletrônica, as páginas descrevem a si próprias e colocam títulos e palavras-chaves para identificá-las- ou de links pagos nos buscadores.
De acordo com o estudo, 68% dos sites não têm títulos otimizados nas páginas de busca, que acontece quando o cliente paga para que, a cada vez que um usuário digita determinadas palavras, veja seu link.

FILANTROPIA
Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, será a representante brasileira no primeiro Fórum Poder da Filantropia , em Miami, organizado pelo mexicano Emilio Azcárraga Jean, CEO da Televisa; no evento, direcionado para a elite, celebridades e empresários debaterão temas como a fama como fator de mudanças sociais e responsabilidade social na América Latina

TIRO DE META
A empresa de Juan Figer, que há 40 anos faz representação de jogadores de futebol como Robinho e Valdívia, criou um braço focado em marketing esportivo. O momento é propício para empresas se aliarem ao futebol, segundo Alan Cimerman, CEO da Figer. "Em junho, teremos os 50 anos da primeira Copa em que o Brasil foi campeão. E a Copa no Brasil já está próxima para quem quer investir", diz. A agência, presidida por Marcel Figer, já tem como clientes Unimed Rio, Sony do Brasil, Secretaria dos Esportes do Rio e a rede de academias Pelé Club. Na semana passada, a empresa começou a negociar para fechar mais um cliente. A expectativa é encerrar 2008 com faturamento de R$ 13 milhões.

BIOMASSA
Felipe Barroso, que foi da União Energia, funda a Bio Energias Renováveis, que investirá na produção de energia a partir de biomassa. Além de bagaço de cana-de-açúcar, a empresa vai utilizar capim-elefante e resíduos de madeira.

GESTÃO
Robert S. Kaplan ministra palestra na terça-feira, no Teatro Alfa, em São Paulo. Kaplan é criador de metodologias de gerenciamento de performance de empresas.

PAGAMENTO
Segundo a AmBev, a empresa bateu recordes de pagamento de tributos no ano passado, com R$ 10 bilhões. O aumento é atribuído à expansão da empresa e à contratação de funcionários.

DRAGÃO
O Conselho Empresarial Brasil-China oferece palestra com foco nas relações comerciais com o país. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais agendou o treinamento, que já foi feito por Vale e Sebrae.


com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI

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