São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2010

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Medida pode abrir porta para asiáticos, diz Abit

DA REPORTAGEM LOCAL

A substituição de produtos importados dos Estados Unidos pode criar mais espaço para a entrada de mercadorias asiáticas no mercado local.
Esse é o caso do segmento de tecidos e vestuário, por exemplo, que há anos reclama da invasão dos concorrentes chineses. "Cerca de 25% do volume total comprado pelo Brasil dos itens do nosso ramo que estão na nova lista de tributação vêm dos EUA. E a nossa relação comercial com os americanos é bastante saudável", diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
"Apoiamos a posição do governo de retaliar se não há acordo. Mas preferiríamos uma sanção positiva, como a abertura do mercado americano para os nossos produtos."
Outro efeito colateral da retaliação é um aumento de preços dos produtos. Para Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste, será o consumidor que "pagará o preço da retaliação". "Certamente, esse aumento nos impostos será repassado."
No setor automotivo, por exemplo, a medida do governo leva a um aumento de 35% para 50% na alíquota de importação da carros dos EUA.
Atualmente, apenas BMW, Mercedes-Benz e Chrysler importam carros dos Estados Unidos. A Chrysler disse, por meio de nota oficial, que está "analisando a melhor maneira de reduzir o impacto dessa medida". No ano passado, o país importou dos EUA 2.141 unidades, ou 0,4% do total.
Para Antonio Britto, presidente da Interfarma (que representa a indústria farmacêutica), a maior preocupação do setor, que importa dos EUA princípios ativos de medicamentos como analgésicos e antibióticos, é com a qualidade. "Há uma razão de qualidade para importarmos dos EUA. Isso não se encontra em qualquer lugar", afirmou.
(DENYSE GODOY E PAULO DE ARAUJO)


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