São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

Nova Light crê em consolidação do setor

A nova Light será uma candidata natural a se tornar uma grande "player" no setor de distribuição de energia no país. A afirmação é do futuro presidente da empresa, José Luiz Alquéres, responsável pela coordenação do consórcio Rio Minas Energia, formado por Cemig, Andrade Gutierrez, Pactual e JLA (leia-se Aldo Floris), que comprou o controle da Light por US$ 320 milhões no dia 28 de março.
Alquéres acha que o setor de distribuição de energia no Brasil irá viver o mesmo processo de consolidação que começa a acontecer nos EUA. A previsão é que, em dez anos, o número de concessionárias de energia nos EUA caia das atuais 187 para apenas 15. Será um movimento contrário ao dos anos 30, quando o setor foi dividido em oito companhias, as chamadas Baby Bells.
No Brasil, ocorrerá o mesmo, diz. Das atuais 64 concessionárias, em dez anos, cairiam para cinco a dez. Os principais "players" são a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), Equatorial, a Neoenergia, a Energia do Brasil e a própria Cemig, que participa do controle da Light.
Alquéres também inclui a Light como uma das empresas a disputar uma fatia desse bolo. Tudo depende, segundo ele, do desempenho operacional da empresa. "Se a Light vencer esse desafio, a empresa será uma agregadora natural", diz. "Por ora, é uma empresa com um grande desafio financeiro e operacional."
Ele já definiu sua estratégia para a Light. Primeiro vai atacar os problemas operacionais. Seus principais objetivos serão os de diminuir as perdas tanto na distribuição de energia como de inadimplência.
As perdas da Light chegam a 24% do total de energia distribuída pela companhia, uma taxa bastante elevada em relação à media de 16% no país. A inadimplência, em torno de 5,5%, também é muito alta, levando-se em conta a média nacional de 2,5%. Para atacar esses problemas, a empresa pretende investir cerca de US$ 130 milhões ao ano, um aumento de 30% em relação à média dos últimos anos.
Se melhorar o desempenho operacional, Alquéres diz que a companhia terá fôlego suficiente para enfrentar o problema financeiro -sua dívida é calculada em US$ 1 bilhão.
Alquéres considera normal a queda no preço das ações da Light e da Cemig depois da venda da distribuidora. O controle da empresa foi comprado pela Rio Minas e Energia por um valor correspondente a R$ 6 por ação, enquanto o mercado negociava a R$ 18. O que ocorreu foi um ajuste no preço da ação.

Moda é "faminta", diz consultor

A moda, no Brasil, é mais "faminta". O diagnóstico é de Larry Nippon, presidente de marketing para as Américas da consultoria internacional de tendências WGSN, que esteve no Brasil na última semana. Leia trechos da entrevista.

MERCADO BRASILEIRO - O Brasil é um dos nossos melhores mercados hoje. Fazemos mais negócios aqui do que na Itália, por exemplo, pelo simples fato de que os profissionais são mais abertos à informação. Este é um novo país, as pessoas são mais "famintas".

MODA E SENSUALIDADE - A moda brasileira está totalmente focada na sensualidade. E isso acontece de duas maneiras, com a influência da sensualidade sobre a moda e vice-versa.

TECNOLOGIA X CRIATIVIDADE - Não acredito que a internet ofereça desvantagens para a moda. Quando ela não existia, as pessoas já copiavam muito umas às outras. Agora, as pessoas têm acesso a muita informação, e isso cria diferentes abordagens. Tudo é mais rápido e mais competitivo. A tecnologia tem impacto na criatividade.

DIQUE SECO
O consórcio Estaleiros Rio Grande, sob liderança da construtora paulista WTorre, ganhou a licitação para erguer o primeiro dique seco de grandes proporções no país, na cidade de Rio Grande (RS). O valor da obra, que permitirá o reparo de plataformas de exploração de petróleo, é de R$ 200 milhões.

LAÇOS TURÍSTICOS
A aérea BRA continua a reforçar sua presença no turismo. Acaba de inaugurar um resort em Campina Grande (PB), o 11º empreendimento da rede de hotéis HWF, do mesmo grupo. A unidade, em parceria com o governo do Estado, teve investimento de R$ 40 milhões.

DE CARONA NA COPA
A demanda corporativa por conta da Copa do Mundo tem impulsionado as vendas da Roxos e Doentes, uma das maiores redes de varejo de artigos de futebol do país. Em três meses, ela já alcançou a meta inicial de venda de 10 mil camisas da seleção brasileira, prevista para ser atingida em junho -quando começa a competição. A projeção agora é chegar à marca de 20 mil camisas negociadas a empresas.

ENCONTRO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebe na terça o presidente da Abimaq (indústria de máquinas), Newton de Mello, em Brasília. Será a primeira reunião após vários contatos durante o mandato de Mantega à frente do BNDES, principal financiador da indústria de base.

RAIO-X DA JUSTIÇA
A forma como ocorrem as decisões das cortes superiores será tema de uma edição especial sobre a Justiça no país. Resultado de parceria da Análise Editorial com o site "Consultor Jurídico", a publicação apresentará as 200 mais importantes decisões do STF e do STJ nos últimos anos e os pareceres dos ministros.

CLASSE ESPECIAL
O Sindifumo SP (sindicato do setor) irá defender "junto" ao governo e ao Congresso a criação de uma classe especial para comportar as pequenas indústrias de cigarro. A decisão tem como base análise recém-concluída pela Fipecafi, segundo a qual a regressividade da atual tributação do IPI provoca uma carga tributária proporcionalmente maior sobre os cigarros industrializados vendidos a preço menor.


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