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BC dos EUA vê piora da economia americana
Fed prevê aumento maior da taxa de desemprego e deterioração do PIB para a segunda metade do ano e para 2010
DA REDAÇÃO
A situação da economia americana piorou no mês passado
mais do que se esperava no início deste ano, de acordo com o
Fed (Federal Reserve, o banco
central dos Estados Unidos). A
ata da mais recente reunião do
órgão, em março, afirma que o
PIB (Produto Interno Bruto) e
o desemprego devem demorar
mais para se estabilizar do que
era inicialmente previsto.
"Os participantes mostraram
preocupação com os riscos de
piora para o cenário da atividade [econômica], que já estava
fraca", diz o documento do encontro realizado nos dias 17 e 18
de março. "As condições de crédito permaneceram apertadas,
e os mercados financeiros continuaram frágeis e inconstantes, com as pressões sobre as
instituições financeiras se intensificando de modo geral."
Sem citar números, o Fed
disse que revisou para baixo as
suas projeções para o PIB para
o segundo semestre deste ano e
para o ano que vem -na reunião de janeiro, o BC americano disse que as perspectivas para esses períodos tinham melhorado devido aos pacotes de
estímulo fiscal e monetário e à
queda do preço do petróleo.
Segundo ele, o PIB deve começar a se estabilizar no segundo semestre deste ano e se expandir lentamente em 2010, "à
medida que diminua o estresse
nos mercados financeiros, os
efeitos do estímulo fiscal comecem a ser notados, os ajustes
nos estoques [das empresas]
sejam realizados e cheguem ao
fim os ajustes no setor imobiliários". Uma das consequências de uma recuperação menor, diz o Fed, é que a taxa de
desemprego deve avançar fortemente no começo de 2010,
antes que se estabilize em "um
nível alto" no resto do ano.
Em janeiro, o Fed trabalhava
com um cenário em que o PIB
americano se retrairia entre
0,5% e 1,3% neste ano e teria
um avanço de 2,5% a 3,3% em
2010. Para o desemprego, a taxa ficaria entre 8,5% e 8,8% em
2009 e entre 8% e 8,3% no ano
que vem -no mês passado, ela
estava em 8,5% (a maior em 25
anos). Grande parte dos analistas trabalha hoje com estimativas piores do que essa.
Foi a piora no cenário que levou o banco central norte-americano a anunciar na reunião de
março que pretendia comprar
até US$ 300 bilhões em títulos
de longo prazo do Tesouro pelos próximos seis meses e cerca
de US$ 750 bilhões em papéis
garantidos por dívidas imobiliárias (além dos US$ 500 bilhões que já está adquirindo),
em uma tentativa de ampliar
ou restaurar a oferta de crédito.
O Fed afirmou ainda que os
dados de janeiro e fevereiro
mostram nova piora significativa na atividade econômica dos
países emergentes, como os da
Ásia e da América Latina.
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