São Paulo, quinta-feira, 09 de abril de 2009

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BC dos EUA vê piora da economia americana

Fed prevê aumento maior da taxa de desemprego e deterioração do PIB para a segunda metade do ano e para 2010

DA REDAÇÃO

A situação da economia americana piorou no mês passado mais do que se esperava no início deste ano, de acordo com o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos). A ata da mais recente reunião do órgão, em março, afirma que o PIB (Produto Interno Bruto) e o desemprego devem demorar mais para se estabilizar do que era inicialmente previsto.
"Os participantes mostraram preocupação com os riscos de piora para o cenário da atividade [econômica], que já estava fraca", diz o documento do encontro realizado nos dias 17 e 18 de março. "As condições de crédito permaneceram apertadas, e os mercados financeiros continuaram frágeis e inconstantes, com as pressões sobre as instituições financeiras se intensificando de modo geral."
Sem citar números, o Fed disse que revisou para baixo as suas projeções para o PIB para o segundo semestre deste ano e para o ano que vem -na reunião de janeiro, o BC americano disse que as perspectivas para esses períodos tinham melhorado devido aos pacotes de estímulo fiscal e monetário e à queda do preço do petróleo.
Segundo ele, o PIB deve começar a se estabilizar no segundo semestre deste ano e se expandir lentamente em 2010, "à medida que diminua o estresse nos mercados financeiros, os efeitos do estímulo fiscal comecem a ser notados, os ajustes nos estoques [das empresas] sejam realizados e cheguem ao fim os ajustes no setor imobiliários". Uma das consequências de uma recuperação menor, diz o Fed, é que a taxa de desemprego deve avançar fortemente no começo de 2010, antes que se estabilize em "um nível alto" no resto do ano.
Em janeiro, o Fed trabalhava com um cenário em que o PIB americano se retrairia entre 0,5% e 1,3% neste ano e teria um avanço de 2,5% a 3,3% em 2010. Para o desemprego, a taxa ficaria entre 8,5% e 8,8% em 2009 e entre 8% e 8,3% no ano que vem -no mês passado, ela estava em 8,5% (a maior em 25 anos). Grande parte dos analistas trabalha hoje com estimativas piores do que essa.
Foi a piora no cenário que levou o banco central norte-americano a anunciar na reunião de março que pretendia comprar até US$ 300 bilhões em títulos de longo prazo do Tesouro pelos próximos seis meses e cerca de US$ 750 bilhões em papéis garantidos por dívidas imobiliárias (além dos US$ 500 bilhões que já está adquirindo), em uma tentativa de ampliar ou restaurar a oferta de crédito.
O Fed afirmou ainda que os dados de janeiro e fevereiro mostram nova piora significativa na atividade econômica dos países emergentes, como os da Ásia e da América Latina.


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