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PREÇOS
Índice Geral de Preços da FGV atingiu o pico em fevereiro, com 4,44%; para técnico, recessão poderá ser menor
IGP-DI cai para abaixo de 2% em março
MÔNICA CIARELLI
da Sucursal do Rio
O IGP-DI (Índice Geral de Preços
- Disponibilidade Interna) da FGV
(Fundação Getúlio Vargas) registrou forte desaceleração no mês
passado, caindo de 4,44% em fevereiro para 1,98% em março.
A perspectiva de inflação mais
baixa para os próximos meses levou o chefe do Centro de Estudos
de Preços da FGV, Paulo Sidney
Cota, a esperar um desempenho
melhor da economia que o esperado para este ano.
Sua estimativa é que o PIB (Produto Interno Bruto) registre uma
retração de 2% a 2,5%, abaixo dos
3,8% previstos no acordo com o
FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Com a valorização do real diante do dólar e uma maior estabilidade da inflação, não será necessária
uma recessão tão forte como a esperada pelo governo no início do
ano. Esses fatores também abrem
espaço para um corte maior dos
juros a médio prazo."
O grande aliado do consumidor
em março foi o preço dos produtos
agrícolas, que despencaram acompanhando a valorização do real. O
item baixou de 9,12% em fevereiro
para 2,31% em março, forçando a
queda do IPA (Índice de Preços
por Atacado) de 6,99% para 2,84%.
Cota ressalta que a taxa de câmbio tem grande influência no comportamento dos preços agrícolas,
porque muitos desses produtos
têm cotação no mercado internacional. O economista avalia que os
primeiros dados coletados pelo
IGP em abril já apontam para deflação nesses preços.
Já os produtos industriais devem
continuar pressionando a inflação
por mais tempo. A despesa com esse item em março cresceu 3,11%,
contra os 5,97% de fevereiro. A
principal pressão veio da indústria
de transformação, que ainda não
repassou totalmente o aumento do
dólar no início do ano. O grupo
apresentou uma variação de 3,22%
em março, contra os 5,69% do mês
anterior.
"Alguns setores, como o de automóveis, ainda estão trabalhando
com uma taxa de câmbio menor
do que a vigente hoje. Essas promoções vão acabar e a desvalorização do real terá que ser repassada
ao consumidor", avaliou.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que responde por 30%
do IGP-DI, baixou de 1,41% para
0,95% de fevereiro para março. Os
artigos de vestuário e os alimentos
foram os principais responsáveis
pela desaceleração no ritmo de alta
da inflação para o consumidor. O
final da liquidação de verão levou
o vestuário a ter deflação de 3,04%.
Já o INCC (Índice Nacional do
Custo da Construção) baixou de
0,98% para 0,55% no período.
Além do IGP mais tradicional,
divulgado ontem, a Fundação Getúlio Vargas também elabora o
IGP-M e o IGP-10. A metodologia é
a mesma. O que muda é o período
de coleta de preços que entra na
comparação. O IGP considera o
mês fechado; o IGP-M, de 21 de um
mês a 20 do seguinte; e o IGP-10, de
11 de um mês a 10 do subsequente.
Colocados em sequência (ver
gráfico ao lado), mostram melhor
a tendência dos preços, como
ocorre com as taxas quadrissemanais da Fipe.
Colaborou a Redação
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