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Carga tributária ainda é alta, dizem especialistas
Para crescer 5% ao ano, Estado tem de ser menor
DA REPORTAGEM LOCAL
A carga tributária brasileira
continua elevada em proporção do PIB (Produto Interno
Bruto) e somente com sua redução o país ganhará mais
competitividade e poderá crescer a taxas de 5% ao ano.
Essa foi a conclusão de especialistas em economia e tributação durante palestra realizada no lançamento do livro "Política Fiscal e Desenvolvimento
no Brasil" (Editora Unicamp),
na segunda-feira à noite, em
São Paulo.
Para Amir Khair, consultor e
mestre em finanças públicas
pela FGV, a carga tributária
atual é "violenta" e por isso "o
país não pode perder tempo".
Com a carga e o câmbio atuais,
"perdemos competitividade e
vemos as empresas serem sufocadas".
Para Clóvis Panzarini, ex-coordenador da Administração
Tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo, é preciso
reduzir o tamanho do Estado
brasileiro. "Precisamos cortar
desperdícios e despesas e melhorar a má gestão."
Panzarini entende que a Super-Receita (fusão das estruturas de fiscalização e arrecadação dos ministérios da Fazenda
e da Previdência Social) deve
trazer eficiência ao sistema. Assim, ele defende a redução da
carga fiscal na mesma proporção do ganho de eficiência que
for gerado pelo novo órgão.
Mas ele diz que o governo
não faz isso. "Quando há eficiência, o governo não reduz a
carga fiscal, mas aumenta seu
gasto." Se o país reduzir a carga
fiscal, "quem paga os tributos
em dia pagará menos".
Além disso, Panzarini diz que
uma carga tributária menor poderia atrair aqueles que hoje
sonegam. "Trazer o sonegador
para a legalidade é muito importante, pois sobre ele a carga
fiscal hoje é zero."
O economista José Roberto
Afonso, especialista em finanças públicas, diz que está na hora da reforma tributária. "O
país tem condições políticas e
econômicas para fazer a reforma tributária, para criar o IVA
(Imposto sobre o Valor Agregado). Está na hora de termos um
sistema único de tributação."
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