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Indústria já dá sinais de desaceleração, diz IBGE
Produção cresce em 8 de 14 regiões pesquisadas em março; Ceará lidera com 7,5%
Em São Paulo, crescimento foi de 1,9%; greve de auditores e parada em refinaria de Paulínia comprometem resultado
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A produção da indústria
cresceu em 8 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) de fevereiro para março na taxa livre de influências
sazonais. A maior alta foi no
Ceará -7,5%. Em São Paulo, a
expansão ficou em 1,9%.
De acordo com Isabela Nunes, gerente da Pesquisa Industrial Regional do IBGE,
apesar de a maioria das regiões
apresentar expansão na ponta
da série, a indústria deu sinais
de desaceleração em boa parte
das regiões em março. Tal efeito comprometeu o desempenho do primeiro trimestre: a
produção perdeu fôlego em
seis regiões.
Do quarto trimestre de 2007
ao primeiro de 2008, a indústria se desacelerou com mais
intensidade nos Estados de
Santa Catarina (de 6,5% para
2,2%) e Minas Gerais (de 9,1%
para 7,3%).
Em São Paulo, o incremento
da produção passou de 9,2%
para 9%, diferença que o IBGE
considera como uma manutenção de ritmo do setor.
O crescimento mais modesto já havia sido registrado na
média da indústria nacional
-alta de 6,3% no primeiro trimestre, contra 7,9% no último
trimestre de 2007.
De acordo com Isabela Nunes, a desaceleração se concentrou em março e é explicada especialmente pela greve da
Receita Federal -que atrasou
a importação de insumos e
componentes- e pelo fato de o
mês ter dois dias úteis a menos
do que em março de 2007.
A então provável alta dos juros (confirmada em abril), que
poderia reduzir a confiança de
empresários, não afetou o setor ainda, segundo Nunes.
Indústria paulista
Em São Paulo, a expansão em
março é resultado da recuperação da indústria farmacêutica,
principal responsável pelo recuo de 1,2% registrado em fevereiro.
Nunes diz que a indústria
paulista não perdeu ritmo no
primeiro trimestre porque
abriga os setores que registram
atualmente os melhores desempenhos na indústria nacional.
"A indústria em São Paulo
mostrou um movimento diferente do país. Setores de grande
peso no Estado como automóveis, açúcar, máquinas e equipamentos e celulares são os que
lideram a produção industrial
no país", diz.
No primeiro trimestre, o ramo de veículos automotores
cresceu 18,7%. No de máquinas
e equipamentos, a expansão foi
de 13,7%. Já a alta de 22,5% de
material eletrônico e de comunicações é reflexo do incremento da fabricação de celulares.
Esses resultados e a reação
da indústria farmacêutica em
março compensaram a queda
do refino de petróleo -5,3% no
primeiro bimestre. A retração
foi provocada pela parada técnica da refinaria de Paulínia, a
maior da Petrobras.
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