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Queda na exportação de carros afeta a produção
Vendas de automóveis para o exterior recuam 52% no primeiro quadrimestre
Produção recua 16,4%
até abril; vendas também caem, e Anfavea diz
que efeitos da redução
do IPI perderam força
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
Sob influência de uma forte
queda nas exportações, as
montadoras brasileiras reduziram a produção de automóveis
em abril. As vendas no mercado
interno também caíram, e, segundo a Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores), o efeito da redução do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) perdeu força.
"Deixamos de exportar mais
de US$ 2 bilhões na comparação com 2008 [no acumulado
do primeiro quadrimestre]. É
uma queda contundente e efeito das quedas nos mercados
tradicionais de exportação",
afirmou Jackson Schneider,
presidente da Anfavea, ao se referir ao recuo de 52% nas vendas externas em relação a 2008.
As exportações para a Argentina caíram 54% no primeiro
trimestre ante o mesmo período de 2008 (os dados detalhados de abril não estão disponíveis). O vizinho é o maior comprador de automóveis brasileiros, com 55% do volume.
Para o México, as vendas caíram 41% -o país tem participação de 16% do volume. Para a
União Europeia, as vendas recuaram 51% -o bloco representa 10% das vendas externas.
Schneider afirmou que o cenário é de queda no mundo e
que não há indícios de recuperação no curto prazo. O assunto
foi debatido ontem entre a Anfavea e o ministro Miguel Jorge
(Desenvolvimento), mas
Schneider negou que haja estudo por parte do governo para
amenizar as perdas.
"Não é o carro brasileiro que
está perdendo espaço. Os mercados todos estão caindo. A médio e longo prazos, a indústria
terá de discutir gargalos na logística e melhorias nos processos de produção", afirmou.
Em abril, as exportações somaram US$ 559,4 milhões,
queda de 54,5% ante o mesmo
mês do ano passado e de 7,4%
na comparação com março.
Já a produção de veículos somou 254,7 mil unidades em
abril -queda de 15,8% em relação ao mesmo mês de 2008 e de
6,9% ante março. No quadrimestre, a produção foi de 916,2
mil veículos (-16,4%).
No mercado interno, foram
vendidas 234,4 unidades em
abril, queda de 13,7% ante março e de 10,3% na comparação
com o mesmo período de 2008.
Segundo Schneider, a queda
deve-se, em parte, à antecipação das vendas em março,
quando havia a expectativa de
que seria o último mês com IPI
reduzido. Os feriados no mês
também tiveram impacto. No
acumulado do quadrimestre, as
vendas de carros caíram 0,7%.
Empregos
Em consequência do que a
Anfavea chama de "ajuste de
produção", o número de empregos nas montadoras registrou em abril a sexta queda seguida, com o fechamento de
1.298 vagas. Nos seis meses de
retração, a perda soma 10.963
empregos, e o contingente de
empregados caiu para 120.754.
Conforme acordo com o governo, a partir de abril, quando
começou a valer o desconto do
IPI, as montadoras ficaram impedidas de demitir os funcionários efetivos, mas puderam reduzir seu quadro por meio de
PDV (programa de demissão
voluntária) ou deixando de renovar contratos temporários.
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