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Fundo fecha compra de 30% da Cetip por R$ 360 mi
Fusões e aquisições devem
voltar a ganhar força no país
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O fundo de investimento em
empresas americano Advent
International comprou ontem
30% da Cetip (Balcão Organizado de Ativos e Derivativos),
por R$ 360 milhões. A Cetip é
uma câmara de compensação e
liquidação de valores mobiliários, títulos públicos e privados
de renda fixa e derivativos de
balcão.
Entre os donos da Cetip, estão corretoras, fundos de investimento, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, bancos e outras instituições financeiras. Do total a ser pago pela
Advent, 20% dependerão do
desempenho da Cetip em 2009.
"Vamos fortalecer a Cetip
com uma gestão mais agressiva,
para que tenha agilidade no desenvolvimento de novos produtos", diz Martín Escobari, diretor da Advent no Brasil.
Outra estratégia é, a médio
prazo, estimular o mercado de
dívidas, já que a maior parte das
empresas brasileiras é pouco
endividada. "O Brasil é o único
grande mercado global que ainda é pouco alavancado", diz Escobari. "O potencial é grande."
Criada em 1986 pelo Banco
Central e pelas instituições financeiras para estimular o
mercado, a Cetip era uma organização sem fins lucrativos e
tornou-se uma sociedade anônima em 2008. Atende a 8.200
clientes, tem R$ 2,6 trilhões de
ativos em estoque, giro de negócios diário médio de R$ 50
bilhões e R$ 30 bilhões de liquidação financeira.
No ano passado, a Cetip cogitou abrir seu capital. Segundo
Edgar da Silva Ramos, presidente do conselho da Cetip, a
ideia foi descartada.
No Brasil, a Advent é dona da
rede de restaurantes Frango
Assado, da rede varejista Quero-Quero e da administradora
de cartões CSU Cardsystem,
entre outras.
Novos negócios
Apesar de essa ser a maior
aquisição no ano feita por um
fundo de investimento, especialistas acreditam que esse
mercado voltará a se aquecer
no país, após sofrer retração de
30% no primeiro trimestre.
Ontem, os credores da rede
varejista Gimenes adiaram para a próxima quarta a decisão
de vendê-la ao Carrefour ou à
Associação Ricoy. A editora
Nova Fronteira também está
em negociações com o grupo
português Leya. Além disso, o
Ponto Frio também está à venda e a compra da Sadia pela
Perdigão é esperada para breve.
Nos últimos 40 dias, os papéis
da Sadia tiveram alta de 47%.
"Embora o cenário ainda seja
complicado, hoje há parâmetros para transações, e as empresas já têm perspectiva com
relação a sua liquidez", diz Luis
Motta, sócio responsável por
fusões e aquisições da consultoria KPMG. "Os negócios estão melhorando mês a mês porque há muitos ativos baratos."
Segundo Rogério Villa, sócio
da consultoria Terco Grant
Thornton, o fato de o Brasil ter
sido menos atingido pela crise e
de o preço dos ativos ter se desvalorizado com a moeda tem
feito com que grupos estrangeiros busquem oportunidades.
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