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Diversão em alta
Depois de uma década de perdas, parques planejam investimentos em meio à economia aquecida
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
2010 vai entrar para a história dos parques de diversão brasileiros como o ano da alegria.
Depois de uma década de prejuízos, eles deixaram para trás
o peso de dívidas milionárias e
já planejam investimentos em
expansão e novas atrações.
O Hopi Hari, maior parque
da América Latina, exibiu no final do ano passado o primeiro
lucro líquido desde a sua inauguração, em 1999: R$ 28,4 milhões. O Ebitda (lucro antes de
juros, impostos, depreciação e
amortização) foi de R$ 18 milhões, o maior da história do
parque, com alta de 21% em relação a 2008.
Considerado um dos priores
negócios já realizados pelo fundo de private equity GP Investimentos e pelos fundos de pensão Previ, Petros, Funcef e outros, o Hopi Hari carregava até
2009 uma dívida de mais de R$
500 milhões. Do total, R$ 133
milhões eram com o BNDES.
Cansados de perder dinheiro, no ano passado o GP e os
fundos venderam o parque para seis sócios da Íntegra Associados, consultoria empresarial
liderada por Nelson Bastos.
Eles entraram com a promessa de aportar R$ 10 milhões, mas sob a condição de
conseguir reestruturar a dívida.
Conseguiram prazos maiores,
juros menores e a redução da
dívida total para algo em torno
de R$ 170 milhões.
A expectativa dos novos sócios era entrar no azul ao final
de 2010. Com o reaquecimento
da economia, conseguiram isso
em seis meses. "O Hopi Hari
sempre foi um negócio muito
saudável, com margens boas. O
problema era o endividamento,
que agora está equacionado",
diz Renato Carvalho Franco,
presidente do Conselho de Administração do Hopi Hari e um
dos novos sócios.
Inspirado no Magic Kingdom da Disney, o Hopi Hari foi
concebido em meados dos anos
1990, quando o Brasil vivia uma
perspectiva de crescimento
elevado da renda. Os brinquedos foram todos importados
dos mesmos fabricantes dos
parques da Disney.
Porém, a crise cambial de
1999 e a estagnação dos anos
seguintes, somadas a um atraso
de um ano no cronograma de
inauguração, acabaram com a
diversão.
A meta inicial era ter 2,5 milhões de visitantes ao final do
sétimo ano. Ao final do décimo,
só 1,5 milhão passou pelas catracas do parque, localizado em
área de 760 mil m2 no km 72 da
rodovia dos Bandeirantes.
Apesar de estar aquém do
plano original, o Hopi Hari é
hoje a maior atração turística
de um dia do Brasil. O Cristo
Redentor, uma das sete novas
maravilhas do mundo, recebeu
1 milhão de visitantes em 2009.
Para este ano, a expectativa
do Hopi Hari é chegar a 1,9 milhão de visitantes. A nova meta
é atingir 2,5 milhões até 2014.
O aporte de R$ 10 milhões
permitiu ao parque investir em
ações promocionais para estimular demanda, como baladas
para adolescentes inspiradas
em vampiros e espetáculos de
som e luz.
No plano de investimento,
está prevista a aquisição de nova grande atração -a primeira
desde a inauguração. Também
estão sendo estudados investimentos em "conteúdo", como
contratos de uso de imagem de
personagens infantis.
Uma nova unidade de negócios está sendo criada para
atrair anunciantes e aproveitar
o potencial do parque como
veículo de mídia.
"Nós temos quase 2 milhões
de pessoas que passam oito horas e meia no parque em contato com as marcas", afirma Armando Pereira Filho, presidente do Hopi Hari.
"É uma grande vitrine."
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