São Paulo, domingo, 09 de maio de 2010

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Diversão em alta

Depois de uma década de perdas, parques planejam investimentos em meio à economia aquecida

MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL

2010 vai entrar para a história dos parques de diversão brasileiros como o ano da alegria. Depois de uma década de prejuízos, eles deixaram para trás o peso de dívidas milionárias e já planejam investimentos em expansão e novas atrações.
O Hopi Hari, maior parque da América Latina, exibiu no final do ano passado o primeiro lucro líquido desde a sua inauguração, em 1999: R$ 28,4 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 18 milhões, o maior da história do parque, com alta de 21% em relação a 2008.
Considerado um dos priores negócios já realizados pelo fundo de private equity GP Investimentos e pelos fundos de pensão Previ, Petros, Funcef e outros, o Hopi Hari carregava até 2009 uma dívida de mais de R$ 500 milhões. Do total, R$ 133 milhões eram com o BNDES.
Cansados de perder dinheiro, no ano passado o GP e os fundos venderam o parque para seis sócios da Íntegra Associados, consultoria empresarial liderada por Nelson Bastos.
Eles entraram com a promessa de aportar R$ 10 milhões, mas sob a condição de conseguir reestruturar a dívida. Conseguiram prazos maiores, juros menores e a redução da dívida total para algo em torno de R$ 170 milhões.
A expectativa dos novos sócios era entrar no azul ao final de 2010. Com o reaquecimento da economia, conseguiram isso em seis meses. "O Hopi Hari sempre foi um negócio muito saudável, com margens boas. O problema era o endividamento, que agora está equacionado", diz Renato Carvalho Franco, presidente do Conselho de Administração do Hopi Hari e um dos novos sócios.
Inspirado no Magic Kingdom da Disney, o Hopi Hari foi concebido em meados dos anos 1990, quando o Brasil vivia uma perspectiva de crescimento elevado da renda. Os brinquedos foram todos importados dos mesmos fabricantes dos parques da Disney.
Porém, a crise cambial de 1999 e a estagnação dos anos seguintes, somadas a um atraso de um ano no cronograma de inauguração, acabaram com a diversão.
A meta inicial era ter 2,5 milhões de visitantes ao final do sétimo ano. Ao final do décimo, só 1,5 milhão passou pelas catracas do parque, localizado em área de 760 mil m2 no km 72 da rodovia dos Bandeirantes.
Apesar de estar aquém do plano original, o Hopi Hari é hoje a maior atração turística de um dia do Brasil. O Cristo Redentor, uma das sete novas maravilhas do mundo, recebeu 1 milhão de visitantes em 2009.
Para este ano, a expectativa do Hopi Hari é chegar a 1,9 milhão de visitantes. A nova meta é atingir 2,5 milhões até 2014.
O aporte de R$ 10 milhões permitiu ao parque investir em ações promocionais para estimular demanda, como baladas para adolescentes inspiradas em vampiros e espetáculos de som e luz.
No plano de investimento, está prevista a aquisição de nova grande atração -a primeira desde a inauguração. Também estão sendo estudados investimentos em "conteúdo", como contratos de uso de imagem de personagens infantis.
Uma nova unidade de negócios está sendo criada para atrair anunciantes e aproveitar o potencial do parque como veículo de mídia.
"Nós temos quase 2 milhões de pessoas que passam oito horas e meia no parque em contato com as marcas", afirma Armando Pereira Filho, presidente do Hopi Hari.
"É uma grande vitrine."


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