São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SINAIS DE ALÍVIO

Pesquisa aponta alta de 1,33% em abril no faturamento das empresas; IBGE divulga produção hoje

Indústria mantém retomada e vendas sobem, indica CNI

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro indicador sobre o desempenho da indústria brasileira em abril foi divulgado ontem e mostrou elevação de 1,33% nas vendas reais (faturamento) do setor produtivo em relação a março. No entanto, na comparação com abril de 2003, foi verificada uma alta de 17,9%.
Divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), o levantamento reforça a análise, segundo a entidade, de que há tendência de crescimento sustentado da economia. O documento foi apresentado às vésperas da publicação do indicador de produção física da indústria -a ser anunciado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os dados da CNI são dessazonalizados, referem-se à indústria da transformação e refletem o desempenho do setor em 12 Estados. Participam do levantamento cerca de 3.000 empresas.
Segundo a confederação, nos últimos dez meses, as vendas industriais acumulam uma expansão de 20%. No acumulado de 12 meses, porém, a alta é de 13,6%.
Foi registrada também manutenção no nível de produção das fábricas em relação a março: o uso da capacidade instalada foi de 81,2% em abril e de 81,3% em março de 2004. Mas ocorreu uma elevação no indicador na comparação com abril de 2003, quando a taxa atingiu 79,6%.
Em seu relatório, a CNI explica que a forte expansão de 17,9% nas vendas reais em abril, sobre abril de 2003, ocorreu por conta da base fraca. O desempenho do setor no ano passado foi medíocre.
Representantes da entidade falaram ontem em "dinamismo da atividade industrial" e em crescimento sustentado. O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) acredita que seria possível atingir uma expansão ainda maior e que é preciso existir "regularidade e consistência" numa eventual retomada.
"Uma recuperação precisa atingir setores empregadores, e isso inclui a indústria de calçados e de vestuário, que ainda patina", diz Julio Sérgio de Almeida, diretor da entidade. A respeito dos números a serem anunciados pelo IBGE hoje, o instituto espera alta inferior a 1% na produção em abril em relação a março -quando a expansão foi de 2,1%.
Na avaliação de Sérgio Haberfeld, dono da Dixie-Toga, fabricante de embalagens, a exportação tem peso considerável nesse desempenho das vendas em abril, mas há certo fôlego na demanda do mercado interno em setores como alimentos e bens eletrônicos. "A expansão se mantém neste ano. Mas o que a indústria está pedindo é uma retomada consistente por dois anos, pelo menos, a uma taxa de 3,5%", disse.


Texto Anterior: Painel S.A.
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.