NEY HAYASHI DA CRUZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de amanhã, o governo vai colocar à venda 16,63% do capital total da Petrobras. Porém, no lugar das grandes empresas, desta vez os compradores serão pessoas físicas.
Até o fim do mês, os interessados poderão adquirir ações da empresa por meio dos FMPs (Fundos Mútuos de Privatização) administrados por bancos e corretoras autorizados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Esses FMPs funcionarão de modo semelhante ao dos fundos de investimento comuns.
As vantagens oferecidas são grandes. Os investidores terão um desconto de 20% na compra dos papéis. Além disso, eles poderão usar parte do seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para efetuar a transação.

Restrições
Contudo, antes de tomar a decisão de comprar as ações da estatal, é preciso considerar as restrições impostas pelo governo.
Uma delas é o prazo. O investidor que comprar as ações da Petrobras só poderá vendê-las depois de um ano. Caso contrário, a pessoa perderá o desconto de 20%. Aqueles que se desfizerem dos papéis entre o sexto e o décimo segundo mês após a compra perderão metade do desconto.
Além disso, o investidor que quiser usar seu FGTS para fazer o negócio precisará ter, no mínimo, R$ 600 na sua conta, e só poderá aplicar, no máximo, metade do seu saldo nas ações.

Longo prazo
Para quem quiser investir em ações, é preciso considerar que se trata de um investimento de longo prazo. Por isso, quem não puder dispor de dinheiro por um longo tempo não é aconselhado a fazer esse tipo de investimento.
Isso porque o investimento em ações oferece grandes riscos aos aplicadores. No caso específico das ações da Petrobras, a grande vantagem é o desconto oferecido. Mesmo que os papéis não registrem grande valorização no prazo de um ano, o investidor já terá ganhado os 20% do desconto oferecido pelo governo.
Atenção especial precisa ser tomada por quem quer usar seu FGTS para fazer o negócio. Os recursos do fundo são corrigidos pela TR mais juros de 3% ao ano -metade dos juros pagos pela caderneta de poupança.
Quem usar parte desse dinheiro para comprar as ações não poderá sacá-lo antes dos prazos predefinidos, sob pena de perder os descontos oferecidos. Isso quer dizer que mesmo aqueles que forem demitidos e quiserem sacar os recursos depositados no FGTS não poderão fazê-lo.


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