|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Peculiaridade cultural é obstáculo para estabelecimento no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grande obstáculo ao estabelecimento de bancos estrangeiros em solo nacional é cultural. "É
grande o risco de chegar pensando que basta aplicar tudo o que
faz lá fora e tudo sairá bem", diz
Ingo Weiland, sócio-diretor da
Roland Berger & Partners, consultoria alemã. "Isso não funciona", sentencia.
Para Tomás Awad, analista do
banco Chase, o varejo bancário é
como o comércio varejista, tem
muitas peculiaridades do mercado local.
"Não basta saber fazer lá fora
para se dar bem aqui no país",
afirma Awad.
Quando se fala desse assunto, o
HSBC é sempre lembrado. Os ingleses fizeram grande barulho ao
chegar, afirmando que baixariam
as tarifas bancárias brasileiras e
acabariam com as filas nos bancos. Quatro anos depois, a atuação do maior banco do mundo no
Brasil ainda é tímida.
Para Weiland, a instituição estrangeira já sai na frente se conhece bem o mercado local. "Quando
se começa do zero, é preciso perder tempo para entender a cultura
do país."
Para Fábio Barbosa, presidente
do ABN-Amro Real, o respeito
que os holandeses tiveram desde
o início pelo banco que estavam
adquirindo no Brasil foi fundamental. Barbosa é brasileiro, presidia o antigo ABN e foi mantido
no comando depois da compra
do Real.
"Faz parte da cultura dos holandeses, talvez pela história de um
povo de mercadores, respeitar a
peculiaridade de cada país", afirma ele.
É claro que tudo era mais fácil
no caso do ABN. "Eles já tinham
uma presença no Brasil e conheciam o mercado", diz Weiland.
O mesmo não ocorria, entretanto, com o próprio HSBC e com os
espanhóis do Santander e do Bilbao Vizcaya.
Texto Anterior: Estrangeiro terá dificuldade para crescer Próximo Texto: Alta competitividade surpreendeu os estrangeiros, afirma consultor Índice
|