São Paulo, domingo, 09 de julho de 2000


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Peculiaridade cultural é obstáculo para estabelecimento no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grande obstáculo ao estabelecimento de bancos estrangeiros em solo nacional é cultural. "É grande o risco de chegar pensando que basta aplicar tudo o que faz lá fora e tudo sairá bem", diz Ingo Weiland, sócio-diretor da Roland Berger & Partners, consultoria alemã. "Isso não funciona", sentencia.
Para Tomás Awad, analista do banco Chase, o varejo bancário é como o comércio varejista, tem muitas peculiaridades do mercado local.
"Não basta saber fazer lá fora para se dar bem aqui no país", afirma Awad.
Quando se fala desse assunto, o HSBC é sempre lembrado. Os ingleses fizeram grande barulho ao chegar, afirmando que baixariam as tarifas bancárias brasileiras e acabariam com as filas nos bancos. Quatro anos depois, a atuação do maior banco do mundo no Brasil ainda é tímida.
Para Weiland, a instituição estrangeira já sai na frente se conhece bem o mercado local. "Quando se começa do zero, é preciso perder tempo para entender a cultura do país."
Para Fábio Barbosa, presidente do ABN-Amro Real, o respeito que os holandeses tiveram desde o início pelo banco que estavam adquirindo no Brasil foi fundamental. Barbosa é brasileiro, presidia o antigo ABN e foi mantido no comando depois da compra do Real.
"Faz parte da cultura dos holandeses, talvez pela história de um povo de mercadores, respeitar a peculiaridade de cada país", afirma ele.
É claro que tudo era mais fácil no caso do ABN. "Eles já tinham uma presença no Brasil e conheciam o mercado", diz Weiland.
O mesmo não ocorria, entretanto, com o próprio HSBC e com os espanhóis do Santander e do Bilbao Vizcaya.


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