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FRAUDE NOS EUA
Ex-dirigente da Enron será alvo de processo
VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE
O fundador e ex-presidente da
Enron, Kenneth Lay, se entregou
ontem ao FBI (polícia federal dos
EUA), em Houston (Texas, sul
dos EUA), para enfrentar o processo criminal oriundo de uma
investigação federal de quase três
anos sobre o escândalo de fraude
contábil na empresa.
Lay foi acusado formalmente
por 11 crimes, incluindo participar de fraude na negociação de títulos e fazer comunicados falsos
sobre a empresa, até então considerada paradigma da criatividade
no aproveitamento de sinergias
nos negócios de energia.
Segundo o "Financial Times",
Lay poderá pegar até 175 anos de
prisão e ter de pagar multa de US$
5,7 milhões se for condenado pelos 11 crimes.
Após se entregar, Lay foi levado
a prestar declarações em um tribunal em Houston. Em comunicado, Lay afirmou após o indiciamento que não fez nada de errado
e que o indiciamento não era justificável. Lay foi liberado após o
interrogatório, mas terá, no entanto, de pedir autorização judicial se quiser deixar o país.
A SEC (Securities and Exchange
Commission, a CVM dos EUA)
também vai abrir ações civis contra Lay por declarações falsas e vazamento de informações privilegiadas, tal como fez com todos os
21 outros ex-executivos da Enron
acusados de crime. Lay foi o 30º
executivo de alto escalão da empresa a ser acusado.
A Enron, gigante americana do
setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter
sido alvo de uma série denúncias
de fraudes contábeis e fiscais.
Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a
Arthur Andersen, que fazia a sua
auditoria. Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que
permitiram manipular o balanço
financeiro e esconder débitos de
até US$ 25 bilhões.
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