São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2004

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FRAUDE NOS EUA

Ex-dirigente da Enron será alvo de processo

VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE

O fundador e ex-presidente da Enron, Kenneth Lay, se entregou ontem ao FBI (polícia federal dos EUA), em Houston (Texas, sul dos EUA), para enfrentar o processo criminal oriundo de uma investigação federal de quase três anos sobre o escândalo de fraude contábil na empresa.
Lay foi acusado formalmente por 11 crimes, incluindo participar de fraude na negociação de títulos e fazer comunicados falsos sobre a empresa, até então considerada paradigma da criatividade no aproveitamento de sinergias nos negócios de energia.
Segundo o "Financial Times", Lay poderá pegar até 175 anos de prisão e ter de pagar multa de US$ 5,7 milhões se for condenado pelos 11 crimes.
Após se entregar, Lay foi levado a prestar declarações em um tribunal em Houston. Em comunicado, Lay afirmou após o indiciamento que não fez nada de errado e que o indiciamento não era justificável. Lay foi liberado após o interrogatório, mas terá, no entanto, de pedir autorização judicial se quiser deixar o país.
A SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM dos EUA) também vai abrir ações civis contra Lay por declarações falsas e vazamento de informações privilegiadas, tal como fez com todos os 21 outros ex-executivos da Enron acusados de crime. Lay foi o 30º executivo de alto escalão da empresa a ser acusado.
A Enron, gigante americana do setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria. Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que permitiram manipular o balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões.


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