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DIA DOS PAIS
Comércio aumenta a venda da coleção de inverno, mas os estoques devem continuar acima do desejado
Frio chega em tempo e anima os lojistas
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
A queda de temperatura e a proximidade do Dia dos Pais, comemorado amanhã, deram alento às
vendas do comércio, que até então
não havia sentido o efeito da data.
O consumo, que vinha fraco desde o início do mês, mostrou um
esboço de recuperação, sobretudo
a partir da quinta-feira.
Ontem, em especial, alguns lojistas estavam bem mais animados ao
registrar aumento na procura pela
coleção de inverno.
Para quem previa no início da semana vender apenas cuecas, meias
e gravatas para o Dia dos Pais, o
frio até que chegou em tempo.
Abrão Worcman, diretor da Casa das Cuecas, rede com 17 lojas
em São Paulo, por exemplo, está
animado com as vendas de pijamas de flanela, jaquetas e malhas
de lã.
"Não vai dar para desovar todo
o estoque em apenas dois dias. Mas
vamos permanecer abertos (hoje)
até as 23h para aproveitar o momento."
A Bavardage, confecção de roupas masculinas, constatou aumento de 30% nas vendas com a liquidação e o frio, mas ainda assim não
vai conseguir desovar todo o estoque.
"O frio precisa permanecer durante 15 dias para ter um efeito
maior", diz Nelson Righetto, sócio-proprietário.
Nos shoppings, as lojas já registraram crescimento na venda de
ternos, camisas, calçados, agasalhos, tênis e roupas esportivas em
geral.
A Alshop (Associação de Lojistas
de Shopping do Estado de São
Paulo) prevê que as vendas para o
Dia dos Pais devem crescer 5% sobre as de igual período de 1996.
"Se o frio permanecer, vai dar
para alcançar esse resultado", diz
Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Nos seus cálculos, agosto pode
até terminar com vendas 20%
maiores do que as de igual mês de
1996, por conta da campanha "Liquida São Paulo", que está sendo
preparada para a segunda quinzena deste mês.
Para a surpresa da VR, rede de
lojas especializada em roupas masculinas, as vendas nesta semana
acabaram sendo 30% maiores do
que as de igual período de 1996.
Alexandre Brett, diretor, que
previa faturar nesta semana o mesmo do que em igual período do
ano passado, diz que o consumidor deixou mais uma vez para a última hora a compra de presentes.
A Hugo Boss, rede com 30 lojas
franqueadas, também viu as vendas crescer nos últimos dias. A empresa informa que o faturamento
está um pouco acima do previsto.
Adriana Camelo, diretora da Camelo, diz que as promoções também contribuíram para estimular
as vendas para o Dia dos Pais.
Ela conta que a sua confecção reduziu, por exemplo, de R$ 140 para R$ 99,90 o preço do blazer de lã.
"Essa queda está incentivando o
consumo." A Camelo espera faturar neste mês 30% a mais do que
em igual período do ano passado.
Sondagem da federação
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo consultou um
grupo de lojistas na semana passada e constatou que a expectativa de
vendas para o Dia dos Pais não era
nada animadora.
Pelo levantamento da federação,
os lojistas esperam vender para o
Dia dos Pais 6,4% a menos do que
em igual período de 1996.
"Agora é fato que o consumidor
sempre deixa a compra para a última hora", diz Vladimir Furtado,
economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
A federação acredita que as vendas do comércio neste mês devem
crescer 5% sobre as de julho.
Na comparação com o ano passado, a expectativa é de queda de
4% nas vendas.
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