São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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COMBUSTÍVEIS
Revendedores congelarão, por 180 dias, seus ganhos entre R$ 0,13 e R$ 0,15 por litro de gasolina vendido
Posto congela margem de lucro, diz governo

Luciano Piton/Folha Imagem
Reservatórios de álcool da Usina Santa Elisa, em Serãozinho


HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem que os postos de combustível congelarão por 180 dias suas margens de lucro em valores entre R$ 0,13 e R$ 0,15 pelo litro de gasolina vendido. As distribuidoras congelarão suas margens entre R$ 0,05 e R$ 0,06 por litro do combustível vendido aos postos.
A Folha apurou que não foi assinado nenhum tipo de acordo formal e que não há compromisso, por parte dos empresários do setor, de manter as margens de lucro inalteradas.
Os empresários acreditam que se o preço do álcool não baixar até o próximo dia 20, a gasolina subirá mais R$ 0,04 por litro. Nesse dia começa a vigorar a redução da mistura do álcool na gasolina, que vai cair de 24% para 20%.
Segundo a Folha apurou, o que acontecerá é uma uniformização da margem de lucro das revendedoras (postos de gasolina) em R$ 0,15 por litro para corrigir distorções como as que acontecem em Brasília (DF), Blumenau (SC), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC) e Manaus (AM), onde há indício de formação de cartéis.
Nos locais onde há distorção, a margem de lucro dos postos estaria em torno de R$ 0,30 por litro vendido de gasolina. Com a uniformização das margens, o preço do litro da gasolina nessas cidades cairia de R$ 1,63, em média, para valores entre R$ 1,51 e R$ 1,52. O governo estima que esse preço cairá para R$ 1,50.
O ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia) informou que a SDE (Secretaria de Direito Econômico) obrigará os postos de gasolina de Brasília a baixar os preços imediatamente.
A SDE, órgão do Ministério da Justiça, confirmou que está analisando estudos da ANP (Agência Nacional do Petróleo), mas ainda não decidiu se abre processo administrativo contra todos os postos de Brasília. A SDE informou que já existem processos em andamento contra postos de Brasília.
A redução da mistura do álcool na gasolina deve elevar em 900 milhões de litros por ano a quantidade do produto no mercado.
No dia 21, o governo leiloa 60 milhões de litros de seus estoques. O objetivo é aumentar a oferta do produto e forçar a queda no preço. Tourinho disse ontem que o governo poderá voltar a misturar etanol na gasolina se for necessário para reduzir os preços. O etanol iria substituir o álcool.
Ontem, durante a reunião, representantes de distribuidoras chegaram a sugerir para o governo a volta do tabelamento dos combustíveis nos postos, extinto em abril de 1996. Não houve consenso entre os empresários sobre o assunto durante a reunião.



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