São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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BC estuda como oferecer crédito para empresas

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O Banco Central estuda a criação de um mecanismo para compensar temporariamente a escassez de linhas de crédito no exterior para empresas brasileiras. A informação é do presidente do BC, Armínio Fraga, mas ele não deu detalhes.
"As linhas estão escassas. Nós estamos estudando uma possibilidade mais pontual para resolver esse problema", disse Fraga.
Pelo menos desde maio, as empresas passaram a ter de enfrentar uma dificuldade extra. O mercado internacional fechou suas portas. Os créditos desapareceram e as empresas passaram a encontrar obstáculos para rolar dívidas e financiar suas exportações.
Armínio disse estar confiante em que o mercado vá reabrir gradualmente as linhas de crédito para o país após o entendimento com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "Esse acordo veio mostrar que não há razão para esse clima de ansiedade." Ele disse que se sentiria tranquilo, se fosse um investidor estrangeiro, para emprestar ao Brasil.
Além do acerto para o empréstimo de US$ 30 bilhões do Fundo, o clima do mercado em relação ao Brasil pode melhorar com o anúncio previsto para hoje de recursos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, não quis fazer nenhum comentário sobre o montante que envolverá esse novo pacote de apoio financeiro ao país. "Não posso adiantar valores, as conversas estão em andamento."
A falta de crédito no mercado externo tem aumentado a pressão sobre o câmbio. Sem conseguirem novos empréstimos no exterior, as empresas têm optado por comprar dólares para quitar parte de suas dívidas. O medo de calote também tem levado bancos a dar descontos para empresas honrarem seus compromissos antes dos vencimentos, estimulando a compra de dólares.



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