São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa paulista fecha em alta de 4,5% e tem bom giro financeiro de R$ 996,68 milhões; juros caem

Bovespa volta ao patamar de 10 mil pontos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou aos 10 mil pontos, após 13 pregões abaixo desse patamar. O Ibovespa subiu 4,5% ontem e fechou em 10.315 pontos.
A alta de ontem é praticamente a acumulada na semana, de 4,7%. O volume financeiro foi bastante elevado, de R$ 996,68 milhões.
Segundo operadores, a alta da Bolsa só não foi maior ontem devido ao péssimo desempenho das ações da Net (antiga Globo Cabo). Os papéis preferenciais da companhia perderam 19,6% de seu valor, apesar das boas valorizações registradas por outras empresas do setor de telecomunicações, que estiveram entre as maiores altas do dia.
A Net sofre com a desconfiança dos investidores em relação a seu futuro -a incerteza é sobre a viabilidade do negócio de TV a cabo no país.
A empresa anunciou um plano para o aumento de capital, de cerca de US$ 1 bilhão, que teve pouca adesão de investidores. A companhia teve de abandonar seu desejo de vender cada ação pelo preço mínimo de R$ 1,21.
Há dois meses a Net fez um grupamento de suas ações -cada grupo de dez ações virou um único papel. Sem essa operação, hoje uma ação da Net valeria menos de cinco centavos.
As maiores quedas do dia foram de ações de empresas exportadoras, que se beneficiavam com a alta do dólar.

Mercado futuro
As projeções para os juros caíram forte na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), ontem. Os contratos para janeiro de 2003, os de maior liquidez, caíram de 23,81% para 21,93%. O número de negócios com esse contrato cresceu bastante, passando de 87,36 mil para 114,42 mil. Os contratos de prazo menor, para outubro, caíram de 19,63% para 18,91%.
Após semanas de desencontros, as cotações do dólar nos mercados à vista e futuro caminham para uma equiparação.
Os contratos para setembro fecharam em R$ 2,908, contra R$ 2,91 do mercado à vista. Nas últimas semanas, a forte demanda por dólares por parte de empresas, que não conseguiam renovar créditos externos, causou distorções nas cotações, fazendo com que o dólar à vista ficasse mais caro do que o futuro. O fato caracterizou, também, a falta de procura por "hedge" (proteção cambial).
(ANA PAULA RAGAZZI)


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