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CUSTO DE VIDA
Mesmo com a alta de suas moedas, cidades da AL permanecem atraentes para turistas e investidores, revela pesquisa
SP e Rio continuam baratas, apesar do câmbio
ÉRICA FRAGA
DE LONDRES
A forte valorização do real e de
outras moedas da América Latina
nos últimos seis meses não foi suficiente para elevar significativamente o custo de vida da região
para quem vem de fora.
Ao contrário, cidades como São
Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Assunção continuam entre
as mais baratas do mundo. A conclusão é da pesquisa semestral da
consultoria Economist Intelligence Unit (EIU), divulgada ontem.
Entre março e julho últimos, o
valor do real em relação ao dólar
aumentou 9,66%. No mesmo período, São Paulo saltou do 116º
para o 112º lugar e o Rio passou do
114º para o 110º posto no ranking
de 130 cidades pesquisadas pela
EIU. Mas, segundo Jon Copestake, editor da seção de custo de vida da consultoria, o movimento
está longe de ser significativo.
"O movimento de quatro lugares para cima no ranking não é
significativo, pois pode indicar
um retorno gradual do crescimento depois dos problemas econômicos que o Brasil teve, mas
mesmo na América Latina houve
outros movimentos mais significativos", disse Copestake, citando
Bogotá e Caracas, que, respectivamente, saltaram 20 e 9 posições
no ranking de custo de vida.
De forma geral, no entanto, a
América Latina continua sendo
uma região marcada por preços
relativamente baixos e abriga 8
dos 30 destinos mais econômicos
do mundo, segundo a EIU.
De acordo com Copestake, a
forte desvalorização das moedas
da região nos anos anteriores derrubou o custo de vida nas cidades
latino-americanas, medido com
base nos valores de uma cesta de
produtos e serviços em dólar.
Agora, apesar da valorização
das moedas, a inflação em países
como o Brasil vem recuando. Então, se, por um lado, o custo de vida sobe pela alta da moeda, por
outro, cai em conseqüência do recuo dos preços internos. "Se a estabilidade econômica continuar e
as moedas continuarem a se valorizar, as cidades da América Latina subirão novamente no ranking", diz Copestake.
Baixo custo de vida aos olhos
dos estrangeiros -a pesquisa da
EIU é feita para ajudar empresas a
calcular os salários dos executivos
que vivem fora- pode funcionar
como um atrativo para o turismo
e os investimentos. Mas, segundo
o editor da EIU, não é o único fator levado em conta. Ele diz que
condições de infra-estrutura, estabilidade e risco são outros aspectos importantes.
A pesquisa da EIU revelou, por
exemplo, que cidades de países
emergentes do Leste Europeu
-que acabaram de entrar para a
União Européia-, tiveram fortes
aumentos em seus custos de vida.
De acordo com Copestake, a estabilidade garantida pelo ingresso
no bloco tem levado ao aumento
no investimento estrangeiro direto nessas nações que, por conta
disso, vêm experimento forte valorização de suas moedas.
Cidades dos EUA ou as de outros países cujas moedas são de alguma forma ligadas ao dólar ficaram mais baratas, devido à desvalorização da moeda norte-americana. Nova York, por exemplo,
passou do 27º para o 35º lugar nos
últimos seis meses. Já Miami caiu
da 51ª para a 58ª posição.
O fato de que a China manteve
até o mês passado sua moeda
atrelada ao dólar fez com que Pequim, por exemplo, passasse do
46º para o 63º lugar.
Os primeiros lugares no ranking da EIU continuaram a ser
ocupados por cidades como Tóquio -a campeã do custo de vida- Oslo e Osaka. Paris e Londres tiveram quedas, mas seguem
entre as dez mais caras do mundo.
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