DE WASHINGTON

O Banco Mundial anunciou ontem o nome do sul-africano John Briscoe para assumir a diretoria da instituição no Brasil a partir de outubro, substituindo o indiano Vinod Thomas, que deixou o cargo há algumas semanas.
Especialista em recursos hídricos, Briscoe atualmente desempenha a função de conselheiro sênior do banco na Índia.
Devido à diferença de fuso horário, a Folha não conseguiu localizar Briscoe ontem. O anúncio do banco foi feito no início da tarde por meio de sua assessoria de imprensa em Washington, quando já era noite na Índia.
Tido como pragmático e bom negociador, Briscoe exercerá o cargo de diretor do Banco Mundial para o Brasil no escritório da instituição em Brasília. Sua nomeação passou pelo crivo direto do novo presidente do Bird, Paul Wolfowitz, ex-subsecretário de Defesa de George W. Bush.
A nomeação ocorre em meio a uma das maiores crises políticas do Brasil, com suspeitas de corrupção e pagamento de suborno a deputados por parte do governo. Coincidentemente, Wolfowitz vem insistindo para que os países associados ao Banco Mundial se esforcem mais no combate à corrupção, porque isso tornaria mais fácil a liberação de recursos do banco.
Aparentemente e segundo declarações oficiais, o tratamento dado ao Brasil pelo Bird não deve ser modificado por conta do terremoto político. Isso se deve mais ao modo como as liberações de empréstimo são feitas -com a aprovação da mesa diretora do banco, e não por decisão unívoca de seu presidente. (ID)


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