São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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Diferenças entre candidatos estão despontando

EDWARD LUCE
DO "FINANCIAL TIMES", EM WASHINGTON

Até agora os comandos das campanhas presidenciais de John McCain e Barack Obama mantiveram posições discretas quanto à crise da Fannie Mae e da Freddie Mac, excetuadas declarações genéricas que aprovam a maneira pela qual o governo conduziu o resgate.
Mas diferenças importantes começam a emergir. Jason Furman, diretor de política econômica de Obama, disse que um governo democrata privatizaria os elementos que pudessem ser executados da melhor forma pelo setor privado e reteria uma instituição menor, vinculada ao governo, para apoiar o setor de habitações acessíveis.
Representantes de McCain afirmaram que privatizariam ambas as instituições após reestruturá-las e depois que os mercados de crédito reencontrassem a estabilidade. "McCain se apressou em defender uma abordagem de "privatizar e encolher'", disse Furman ao "Financial Times". "A idéia tem motivação ideológica e não leva em conta algumas das funções públicas que a Freddie e a Fannie atualmente executam".
Douglas Holtz-Eakin, assessor de McCain, vinculou o plano de privatização ao tema mais amplo da campanha, o de reformar Washington. "Os problemas financeiros dessas instituições são um legado do capitalismo de compadres, da ausência de transparência e de prestação de contas, e da garantia implícita pelos contribuintes", afirmou Holtz-Eakin.
Os economistas afirmam que embora adotem abordagens distintas, as duas campanhas economizam nos detalhes. "Obama tem os princípios corretos, mas seria um verdadeiro desafio ver como os implementaria", disse Douglas Elmendorf, diretor do Hamilton Project na Brookings Institution. "No caso de McCain, faz sentido reduzir o tamanho dessas instituições, mas isso por si só não representa uma estratégia quanto aos problemas mais amplos".


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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